Atos 6.1-7
Amados irmãos em Cristo
acredito que esse texto quer falar com cada um de nós.
Jesus chamou os seus
discípulos e deu a eles a ordem de ir e pregar o Evangelho e de fazer discípulos.
E eles vão, tanto que neste texto nós já vemos que o número de discípulos tem
aumentado muito. E aqui é preciso lembrar que os 12 discípulos são chamados de apóstolos,
que quer dizer mensageiro, isto é, aquele que é enviado para levar a mensagem
de Deus. Ou seja, a missão deles era se dedicar ao anúncio da Palavra de Deus.
Mas com o crescimento do número
dos discípulos vemos a murmuração dos gregos contra os hebreus, uma vez que as
suas viúvas eram desprezadas. Diante disso, os 12 convocam a multidão dos discípulos
e reconhecem uma falha que estava ocorrendo e dizem: Não é razoável que nós
deixemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. E assim, então, escolhem homens
cheios do Espírito Santo, de sabedoria e de boa reputação para cuidarem das
viúvas e, creio também, dos pobres.
Este texto me leva a
refletir sobre a função dos ministros/as e de cada discípulo de Cristo (ou
membros) em nossas igrejas, pois creio que também os ministros/as devem estar
focados em sua missão, assim como os Apóstolos estavam. Cada ministério em
nossa igreja tem seu foco, cada ministro/a tem a sua função e cada membro
também tem a sua função. Não existe membro no corpo de Cristo que não tenha uma
função.
Aqui eu cito o que diz o
Estatuto do Ministério com Ordenação, um documento da nossa igreja.
Diz ele quanto à função de
cada ministro:
Art. 16. Aos diversos
ministérios são atribuídas áreas de atuação precípua, ainda que não exclusivas,
havendo, no que diz respeito às incumbências fundamentais, igualdade entre as ministras
e os ministros, observado o disposto no art. 7º, do Regimento Interno da IECLB.
Art. 17. O exercício do
ministério pastoral consistirá no testemunho da palavra de Deus a serviço da
comunhão em Cristo, visando promover o amadurecimento da Comunidade,
capacitando-a para dar razão de sua fé e para integrar diferenças, cabendo-lhe
especial responsabilidade:
I - na pregação da palavra,
na condução da liturgia e na administração dos ofícios, observada a
confessionalidade da IECLB;
II - na administração dos
sacramentos;
III - no ouvir da confissão
e na proclamação do perdão;
IV - na condução e formação
teológica da Comunidade;
V - no aconselhamento, na
visitação e na reconciliação das pessoas;
VI - na organização de
promoções especiais de ordem teológica, ecumênica ou cultural.
Art. 18. O exercício do
ministério catequético tem como específico a educação cristã e consistirá no
testemunho do Evangelho mediante ensino, instrução, ação pedagógica e
discipulado permanente das pessoas, cabendo-lhe especial responsabilidade:
I - na orientação
catequética de grupos, particularmente famílias, crianças, jovens, pessoas
idosas e casais;
II - na educação cristã em
atividades;
III - no ensino religioso
escolar;
IV - na representação da
Comunidade, junto às escolas;
V - na formação e
capacitação teológica e pedagógica de pais e mães, visando o ensino da palavra
de Deus a filhos e filhas e a vivência do Evangelho em família e sociedade;
VI - em cursos para novos
membros, promoção e coordenação de eventos que visem à formação continuada dos
membros, bem como à preparação e à capacitação de grupos;
VII - na atuação e
assessoria em outros contextos educacionais, tais como: departamentos, setores
de trabalho, centros de formação, instituições públicas e eclesiásticas.
Art. 19. O exercício do
ministério diaconal consistirá no testemunho prático da fé cristã e se
expressará através do serviço à pessoa, visando a sua cura e o bem-estar
integral, cabendo-lhe especial responsabilidade:
I - no incentivo à prática
do amor e no serviço à pessoa necessitada;
II - no despertamento e na
promoção de uma espiritualidade diaconal entre os membros;
III - na criação de grupos
de solidariedade ou de serviço na Comunidade;
IV - em atividades diaconais
desenvolvidas em instituições diaconais, a exemplo de hospitais, ancionatos,
creches;
V - nos movimentos
ecumênicos em proteção à dignidade humana ou em favor de causas justas,
apoiadas pela Comunidade;
VI - em iniciativas da
Comunidade que visem prevenção e cura do sofrimento humano e a eliminação de
suas causas;
VII - na implementação de
projetos de apoio social.
Art. 20. O exercício do
ministério missionário consistirá no testemunho e no ensino do Evangelho, para
além dos espaços geográficos, culturais e sociais de atuação já constituídos da
IECLB, com o objetivo de despertar fé e de constituir comunhão, cabendo-lhe
especial responsabilidade:
I - na criação e edificação
de comunidade evangélica em campos de atividade missionária da IECLB;
II - na abertura de frentes
missionárias, em lugares em que a IECLB ainda não esteja presente;
III - na administração dos
sacramentos, no processo de edificação de Comunidade, em áreas missionárias;
IV - em atividades
consideradas missionárias pela Comunidade, Paróquia, Sínodo ou IECLB;
V - no avivamento e reavivamento
de Comunidades, por evangelização;
VI - no incentivo e na
capacitação à atuação missionária, através de uma espiritualidade voltada ao
testemunho cristão;
VII - na promoção de eventos
que visem estimular o espírito missionário, em concordância com as instâncias
competentes da IECLB.
Em nenhum momento vemos
orientação aos ministros/as para promoverem orientações partidárias, ou
transformarem o púlpito em palanque politico, pois acredito que cada membro de
nossas igrejas não é um analfabeto politico, eles sabem fazer suas escolhas na
politica. Para isso, também o EMO já alerta os ministros/as no Art. 44 dizendo:
Em questões político-partidárias, a ministra ou o ministro atuará com o devido
resguardo do seu ministério e do seu CAM, sem, entretanto, renegar a tarefa de
promover o bem-estar do ser humano à luz do Evangelho.
Parágrafo único. As preferências partidárias pessoais da ministra e do ministro
não deverão prejudicar o bom relacionamento dos membros da Comunidade, entre
si, e a sua convivência com o CAM.
Acredito que se algum
ministro/a quer se envolver na causa politica, deva deixar o ministério e
seguir carreira na política.
Gostaria também de lembrar a
passagem de Tiago 5.14-15, pois além dos ministros/as ordenados nos também
temos os presbíteros/as em nossas comunidades e Tiago fala da função destes
também. Ele diz: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja,
e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé
salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados,
ser-lhe-ão perdoados”. Portanto, também vemos uma função específica ordenada
aos presbíteros/as.
Também não poderia de deixar
de falar sobre a passagem de 1 Corintíos 12, onde Paulo compara a Igreja com um
corpo, e nesse corpo cada membro tem uma função. Há membros que exercem somente
uma função e, por isso, não são aptos para exercer a função de outro membro.
Exemplo: o pé não consegue exercer a função do ouvido, mas o pé até pode fazer
alguma coisa que a mão faz, contudo, já não faz com tanta facilidade. Portanto,
na Igreja de Cristo cada membro tem uma função.
Cristo não chamou os apóstolos
para fazerem tudo, mas deu uma função específica para cada um na sua igreja.
Caros irmãos em Cristo, o
seu ministro/a não é um super-man, ele não foi chamado para fazer tudo na
igreja. Segundo o estatuto da nossa igreja, lá está especificado suas funções.
Tiago 5.14 fala da função dos presbíteros e 1 Co 12 fala de cada membro – cada
membro tem uma função no corpo. Se você ainda não sabe qual é sua função, ore a
Deus e procure descobrir ou peça um dom para você servir na igreja.
Caros irmãos ministro/as de
nossa igreja. Lá no EMO está especificada a função de cada ministério. C. H.
Spurgeon disse ao seu filho: Meu filho, se Deus te chamou para ser um
missionário, eu ficaria triste ao ver-te ser reduzido a um Rei.
Amados irmãos, vocês
escolheram servir a Deus no ministério, seja pastoral, missionário, catequético
ou diaconal, escolheram a melhor coisa em suas vidas. Portanto, dediquem-se
somente a isso, ao anúncio da Palavra de Deus. Deixem os presbíteros
desempenharem as suas funções ou incentivem aqueles que não sabem como exercer a
sua função de presbítero. Desafiem a cada membro a descobrir o seu dom e a
exercer a função de membro no corpo de Cristo.
Os apóstolos disseram: Não é
razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Eles queriam
perseverar na oração e no ministério da Palavra. Eles não deixaram a diaconia
de lado, mas elegeram outras pessoas, eles preferiram se dedicar somente a uma
coisa. Acredito que em cada uma de nossas paróquias deveria se fazer presente os
quatro ministérios existentes em nossa igreja e cada membro deveria desempenhar
a sua função no corpo de Cristo. Com certeza, assim, a nossa igreja iria
caminhar melhor.
Que cada um de nós possa refletir
nisso, dedicar-se e permanecer focado naquilo para o qual o senhor nos chamou.
Irio Edemar
Genz