quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Finados. Um dia de saudade ou um dia de preocupação?



Finados. Um dia de saudade ou um dia de preocupação?
Hoje é feriado, um dia de saudade e de alegria para aqueles que entregaram suas vidas ao único Senhor e Salvador Jesus Cristo. Um dia de alegria para aqueles que sabem que seus entes queridos também confiaram suas vidas ao Senhor Jesus Cristo antes de partirem deste mundo. Hoje é um dia de alegria e consolo para todos os que confiam nas palavras de Deus deixadas em 1 Tessalonicenses 4. 13-18 – “Irmãos, queremos que vocês saibam a verdade a respeito dos que já morreram, para que não fiquem tristes como ficam aqueles que não têm esperança. Nós cremos que Jesus morreu e ressuscitou; e assim cremos também que, depois que Jesus vier, Deus o levará de volta e, junto com ele, levará os que morreram crendo nele. De acordo com o ensinamento do Senhor, afirmamos a vocês o seguinte: nós, os que estivermos vivos no dia da vinda do Senhor, não iremos antes daqueles que já morreram. Porque haverá o grito de comando, e a voz do arcanjo, e o som da trombeta de Deus, e então o próprio Senhor descerá do céu. Aqueles que morreram crendo em Cristo ressuscitarão primeiro. Então nós, os que estivermos vivos, seremos levados nas nuvens, junto com eles, para nos encontrarmos com o Senhor no ar. E assim ficaremos para sempre com o Senhor. Portanto, animem uns aos outros com essas palavras”.
A fé é certeza na morte e ressureição de Cristo e também certeza de que, os que morreram crendo em Cristo, também ressuscitarão para viverem eternamente com Deus A fé não é um pensamento positivo ou uma muleta para os fracos. Isso vemos na vida de quem crê e de quem não crê. Aquele que crê na morte e ressureição e entregou sua vida ao Senhor Jesus Cristo possui uma paz interior que somente pode vir através da fé, ou seja, do próprio Deus. Ele não vive angustiado, preocupado com seus entes queridos. Até hoje não conheço ninguém que conseguiu encontrar a paz interior somente com o pensamento positivo ou que tenha paz em seu coração, não sabendo onde estão ou o que aconteceu com seus entes queridos.
Caros amigos e irmãos em Cristo! Quanto aos que já morreram, não podemos fazer mais nada. Todos um dia ressuscitarão: uns para a vida eterna, outros para a condenação eterna. Por isso, lembremos das palavras do próprio Senhor Jesus Cristo em Jo 5.24-29: “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão. Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo; E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”.
Um dia, a morte vai bater à nossa porta, se Cristo não voltar antes. E então, onde vais passar a eternidade? É bom fazer essa escolha agora, se ainda não o fizeste.
1 João 5.11-13 – “E este é o testemunho: Deus nos deu a vida eterna, e essa vida é nossa por meio do seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Eu escrevo essas coisas a vocês que creem no Filho de Deus, para que vocês saibam que têm a vida eterna”.
                                                          Irio Edemar Genz

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos...




Atos 6.1-7
Amados irmãos em Cristo acredito que esse texto quer falar com cada um de nós.
Jesus chamou os seus discípulos e deu a eles a ordem de ir e pregar o Evangelho e de fazer discípulos. E eles vão, tanto que neste texto nós já vemos que o número de discípulos tem aumentado muito. E aqui é preciso lembrar que os 12 discípulos são chamados de apóstolos, que quer dizer mensageiro, isto é, aquele que é enviado para levar a mensagem de Deus. Ou seja, a missão deles era se dedicar ao anúncio da Palavra de Deus.
Mas com o crescimento do número dos discípulos vemos a murmuração dos gregos contra os hebreus, uma vez que as suas viúvas eram desprezadas. Diante disso, os 12 convocam a multidão dos discípulos e reconhecem uma falha que estava ocorrendo e dizem: Não é razoável que nós deixemos a Palavra de Deus e sirvamos as mesas. E assim, então, escolhem homens cheios do Espírito Santo, de sabedoria e de boa reputação para cuidarem das viúvas e, creio também, dos pobres.
Este texto me leva a refletir sobre a função dos ministros/as e de cada discípulo de Cristo (ou membros) em nossas igrejas, pois creio que também os ministros/as devem estar focados em sua missão, assim como os Apóstolos estavam. Cada ministério em nossa igreja tem seu foco, cada ministro/a tem a sua função e cada membro também tem a sua função. Não existe membro no corpo de Cristo que não tenha uma função.
Aqui eu cito o que diz o Estatuto do Ministério com Ordenação, um documento da nossa igreja.
Diz ele quanto à função de cada ministro:
Art. 16. Aos diversos ministérios são atribuídas áreas de atuação precípua, ainda que não exclusivas, havendo, no que diz respeito às incumbências fundamentais, igualdade entre as ministras e os ministros, observado o disposto no art. 7º, do Regimento Interno da IECLB.

Art. 17. O exercício do ministério pastoral consistirá no testemunho da palavra de Deus a serviço da comunhão em Cristo, visando promover o amadurecimento da Comunidade, capacitando-a para dar razão de sua fé e para integrar diferenças, cabendo-lhe especial responsabilidade:
I - na pregação da palavra, na condução da liturgia e na administração dos ofícios, observada a confessionalidade da IECLB;
II - na administração dos sacramentos;
III - no ouvir da confissão e na proclamação do perdão;
IV - na condução e formação teológica da Comunidade;
V - no aconselhamento, na visitação e na reconciliação das pessoas;
VI - na organização de promoções especiais de ordem teológica, ecumênica ou cultural.

Art. 18. O exercício do ministério catequético tem como específico a educação cristã e consistirá no testemunho do Evangelho mediante ensino, instrução, ação pedagógica e discipulado permanente das pessoas, cabendo-lhe especial responsabilidade:
I - na orientação catequética de grupos, particularmente famílias, crianças, jovens, pessoas idosas e casais;
II - na educação cristã em atividades;
III - no ensino religioso escolar;
IV - na representação da Comunidade, junto às escolas;
V - na formação e capacitação teológica e pedagógica de pais e mães, visando o ensino da palavra de Deus a filhos e filhas e a vivência do Evangelho em família e sociedade;
VI - em cursos para novos membros, promoção e coordenação de eventos que visem à formação continuada dos membros, bem como à preparação e à capacitação de grupos;
VII - na atuação e assessoria em outros contextos educacionais, tais como: departamentos, setores de trabalho, centros de formação, instituições públicas e eclesiásticas.

Art. 19. O exercício do ministério diaconal consistirá no testemunho prático da fé cristã e se expressará através do serviço à pessoa, visando a sua cura e o bem-estar integral, cabendo-lhe especial responsabilidade:
I - no incentivo à prática do amor e no serviço à pessoa necessitada;
II - no despertamento e na promoção de uma espiritualidade diaconal entre os membros;
III - na criação de grupos de solidariedade ou de serviço na Comunidade;
IV - em atividades diaconais desenvolvidas em instituições diaconais, a exemplo de hospitais, ancionatos, creches;
V - nos movimentos ecumênicos em proteção à dignidade humana ou em favor de causas justas, apoiadas pela Comunidade;
VI - em iniciativas da Comunidade que visem prevenção e cura do sofrimento humano e a eliminação de suas causas;
VII - na implementação de projetos de apoio social.
Art. 20. O exercício do ministério missionário consistirá no testemunho e no ensino do Evangelho, para além dos espaços geográficos, culturais e sociais de atuação já constituídos da IECLB, com o objetivo de despertar fé e de constituir comunhão, cabendo-lhe especial responsabilidade:
I - na criação e edificação de comunidade evangélica em campos de atividade missionária da IECLB;
II - na abertura de frentes missionárias, em lugares em que a IECLB ainda não esteja presente;
III - na administração dos sacramentos, no processo de edificação de Comunidade, em áreas missionárias;
IV - em atividades consideradas missionárias pela Comunidade, Paróquia, Sínodo ou IECLB;
V - no avivamento e reavivamento de Comunidades, por evangelização;
VI - no incentivo e na capacitação à atuação missionária, através de uma espiritualidade voltada ao testemunho cristão;
VII - na promoção de eventos que visem estimular o espírito missionário, em concordância com as instâncias competentes da IECLB.
Em nenhum momento vemos orientação aos ministros/as para promoverem orientações partidárias, ou transformarem o púlpito em palanque politico, pois acredito que cada membro de nossas igrejas não é um analfabeto politico, eles sabem fazer suas escolhas na politica. Para isso, também o EMO já alerta os ministros/as no Art. 44 dizendo: Em questões político-partidárias, a ministra ou o ministro atuará com o devido resguardo do seu ministério e do seu CAM, sem, entretanto, renegar a tarefa de promover o bem-estar do ser humano à luz do Evangelho.
Parágrafo único. As preferências partidárias pessoais da ministra e do ministro não deverão prejudicar o bom relacionamento dos membros da Comunidade, entre si, e a sua convivência com o CAM.
Acredito que se algum ministro/a quer se envolver na causa politica, deva deixar o ministério e seguir carreira na política.
Gostaria também de lembrar a passagem de Tiago 5.14-15, pois além dos ministros/as ordenados nos também temos os presbíteros/as em nossas comunidades e Tiago fala da função destes também. Ele diz: “Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados”. Portanto, também vemos uma função específica ordenada aos presbíteros/as.
Também não poderia de deixar de falar sobre a passagem de 1 Corintíos 12, onde Paulo compara a Igreja com um corpo, e nesse corpo cada membro tem uma função. Há membros que exercem somente uma função e, por isso, não são aptos para exercer a função de outro membro. Exemplo: o pé não consegue exercer a função do ouvido, mas o pé até pode fazer alguma coisa que a mão faz, contudo, já não faz com tanta facilidade. Portanto, na Igreja de Cristo cada membro tem uma função.
Cristo não chamou os apóstolos para fazerem tudo, mas deu uma função específica para cada um na sua igreja.
Caros irmãos em Cristo, o seu ministro/a não é um super-man, ele não foi chamado para fazer tudo na igreja. Segundo o estatuto da nossa igreja, lá está especificado suas funções. Tiago 5.14 fala da função dos presbíteros e 1 Co 12 fala de cada membro – cada membro tem uma função no corpo. Se você ainda não sabe qual é sua função, ore a Deus e procure descobrir ou peça um dom para você servir na igreja.
Caros irmãos ministro/as de nossa igreja. Lá no EMO está especificada a função de cada ministério. C. H. Spurgeon disse ao seu filho: Meu filho, se Deus te chamou para ser um missionário, eu ficaria triste ao ver-te ser reduzido a um Rei.
Amados irmãos, vocês escolheram servir a Deus no ministério, seja pastoral, missionário, catequético ou diaconal, escolheram a melhor coisa em suas vidas. Portanto, dediquem-se somente a isso, ao anúncio da Palavra de Deus. Deixem os presbíteros desempenharem as suas funções ou incentivem aqueles que não sabem como exercer a sua função de presbítero. Desafiem a cada membro a descobrir o seu dom e a exercer a função de membro no corpo de Cristo.
Os apóstolos disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Eles queriam perseverar na oração e no ministério da Palavra. Eles não deixaram a diaconia de lado, mas elegeram outras pessoas, eles preferiram se dedicar somente a uma coisa. Acredito que em cada uma de nossas paróquias deveria se fazer presente os quatro ministérios existentes em nossa igreja e cada membro deveria desempenhar a sua função no corpo de Cristo. Com certeza, assim, a nossa igreja iria caminhar melhor.
Que cada um de nós possa refletir nisso, dedicar-se e permanecer focado naquilo para o qual o senhor nos chamou.
                                    


                                                   Irio Edemar Genz

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Quantos pais e padrinhos lembram-se desse compromisso?




“Prezados pais! Cabe a vocês conduzir seus filhos a fé em Jesus Cristo e ensiná-los a orar. Se vocês estão dispostos a assumir esse compromisso, respondam: Sim, com o auxílio de Deus”.
Quantos pais e padrinhos realmente conduziram seus filhos à fé em Jesus Cristo e lhes ensinaram a orar? 
A Bíblia diz: “Educa a criança no caminho que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6).
Lutero diz: “O maior erro que se pode cometer na cristandade é não zelar corretamente pelas crianças”.

Diante do que Lutero coloca, diante do que a Palavra de Deus diz e diante de nossa realidade com as crianças, me pergunto se, o compromisso que é feito no altar da igreja, diante de Deus, não se transformou em uma tradição religiosa morta, em uma peça teatral linda. Digo isso, pelo fato de ser um momento que marca pais, padrinhos e a própria igreja. Exatamente, “é um momento” que marca muitos pais e padrinhos, pois infelizmente muitos acabam saindo dali e se esquecem do compromisso que foi assumido.
Assim como muitos pais estão deixando a educação de seus filhos para os professores, da mesma forma, estão deixando a educação na fé em Jesus Cristo para aquelas pessoas que se colocam à disposição para ensiná-la na igreja.
A educação dos filhos é tarefa dos próprios pais, não é tarefa dos professores. Assim também, a educação na fé é tarefa assumida pelos próprios pais no dia do batismo de seus filhos e não de alguns membros da igreja ou do próprio ministro ou ministra.

Não caia nesse erro. Não deixe a educação de seus filhos para os outros, pois dependendo de quem vai educá-los a conta que virá depois poderá ser grande demais. A tarefa de educar a criança é tarefa de quem a coloca no mundo. Se não temos tempo para nossos filhos, para nos preocuparmos com a sua educação, creio que seria melhor nem tê-los colocado neste mundo.

Termino lembrando do texto de Provérbios 17.1: “É melhor um bocado seco, e com ele a tranquilidade, do que a casa cheia de iguarias e com desavença”.
Muitos pais buscam, através do seu próprio trabalho, dar muitas coisas materiais, tentando até mesmo compensar a sua ausência em muitos e importantes momentos da vida de seus filhos. Mas, fato é que eles trocariam todo esse “material” simplesmente pelo seu carinho, pelo seu tempo dedicado a eles.

Em nossas igrejas temos cada vez menos jovens. Creio que isso é consequência de um compromisso irresponsável feito no dia do batismo. Atualmente, algumas pessoas somente podem lamentar esse erro e pedir perdão a Deus por não ter levado esse compromisso a sério. Outras, talvez ainda tenham a oportunidade de corrigir seu erro e podem, a partir de hoje, levar a sério o compromisso que um dia assumiram no batismo de seus filhos. Penso que seria melhor não realizar um batismo quando não se quer levar o compromisso realmente a sério.

As crianças aprendem com o exemplo dos pais, não com suas ordens (vai pra igreja, vai pro ensino confirmatório, vai na juventude, vai no culto, etc.). Se a criança não vê os pais orando ou ensinando-a orar, se ela não vê os pais lendo a Bíblia, participando das atividades da igreja e vivendo a Palavra de Deus dentro e fora de casa, ela dificilmente vai querer saber da igreja e, inclusive, do próprio Deus.
Muitas pessoas vão achar essa reflexão pesada demais. Para seu consolo, deixo a Palavra de Deus que se encontra em Hebreus 12.6: “Porque o Senhor corrige o que ama. E açoita a qualquer que recebe por filho”.
                                                                                         Irio Edemar Genz