quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Peso justo?



“Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer” Provérbios 11:1.

         O que esta palavra tem a dizer para nós que confessamos Jesus Cristo como nosso único Senhor e Salvador?
         Caros amigos e irmãos na fé em Cristo, novamente me deparo diante de um grande problema em nossa sociedade e que já está também no meio da igreja, como se fosse tudo normal para a vida do cristão.
         Balança enganosa é abominação ao Senhor: Balança é um instrumento bastante utilizado no comércio para o peso dos produtos vendidos ou até mesmo para os produtos comprados, e cada balança deve possuir o certificado do INMETRO para dizer que é uma balança justa.
         Qual a balança que nós estamos usando?
         A balança que você possui no comércio está de acordo com o INMETRO ou alguém já deu uma mexidinha procurando assim ter um lucro extra?
         A declaração do imposto de renda está sendo feita honestamente?
         Vamos pensar se estamos sendo justos quando decidimos que um membro que ganha um salário mínimo tem que pagar por sua “mensalidade ou contribuição” o mesmo valor do que outro que ganha R$3.000,00 ou R$10.000,00 por mês. Estamos sendo justos ou estamos usando a balança enganosa?
         Qual o critério (a balança) que usamos para escolhermos um pastor(a) ou mesmo para ordenação de um pastor(a)? É porque vimos nele um chamado de Deus ou é porque ele é nosso amigo, parente de um amigo, alguém “chegado a nós”?
         Qual o critério quando um ministro é enviado para algum lugar? É porque oramos e temos direção de Deus ou é porque alguém falou que tal ministro não pode ir para tal lugar, porque sua condição de vida não condiz com a realidade financeira de tal paróquia? É porque alguém mais chegado “mexeu os pauzinhos”?
         Qual a balança que usamos nas nossas comunidades?  Temos uma balança para cada pessoa, temos uma balança para cada comunidade, temos uma balança para cada situação? Ou temos somente uma balança, com o selo do INMETRO?
         Você está usando a balança que o Senhor Jesus Cristo lhe deu? A balança da justiça, a balança justa?
         Espero que sua balança não seja uma abominação ao Senhor.
                                                                  Irio Edemar Genz

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O que fazer para a igreja não fechar as portas?




         Quero refletir junto com você o porquê de muitas igrejas estarem perdendo membros e não saberem o que fazer para que ela não chegue à falência.
         Quero refletir a partir do texto bíblico que diz: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele dá enquanto dormem” (Sl 127.1-2).
         Caro pastor, pastora, ministro, ministra do evangelho ou qualquer outra denominação dada pela igreja, talvez, você esteja fazendo esta pergunta: “Porque minha igreja está perdendo membros?”. Talvez, você nem pergunta isto, simplesmente, porque não quer ouvir uma resposta que não lhe agrada. Ou, ainda, a sua autoconfiança é tão grande que sempre acha culpados para os que saem de seu meio.
         A igreja de Cristo é representada por um corpo e um corpo tem muitos membros, e estes membros são formados por células; tais células, quando estão vivas, vivem se reproduzindo, o que mantem um corpo saudável. Mas um corpo também pode sofrer ataques, pode ser machucado, o que irá causar uma ferida e, esta, se não for tradada irá matar as células, as quais vão alcançar um membro inteiro, vindo a matar até o próprio corpo.
         O que tem matado o corpo de Cristo que é a Igreja (pessoas)? O pecado. Mas o que é o pecado? Pois é. Ninguém mais sabe! E, por que não? Porque quem deveria estar falando do pecado não tem mais coragem ou também já nem sabe mais o que é pecado, pois se esqueceu da Palavra de Deus.
         Deus dá um grande privilégio para muitos de poderem fazer uma faculdade de Teologia, de terem mais conhecimento, de estarem mais preparados para o seu chamado. Mas, para a decepção do próprio Deus, ao final do curso teológico, muitos já se esqueceram de Deus, acham que a faculdade os ensinou a caminharem sozinhos, chegando ao pondo de dizerem: “Agora eu sou formado, tenho o reconhecimento do MEC, sou Mestre, Doutor, PHD. Tenho todo o conhecimento para assumir uma igreja e fazer com que o trabalho nela venha a se desenvolver; a igreja onde eu atuar, vocês vão ver o que vai acontecer!”. Seja Bacharel, Mestre, Doutor ou PHD, o que temos visto por aí são igrejas perdendo os seus membros.
         Ouvimos textos de Lutero, de Melanchton, entre outros. Lemos Senhas Diárias, Castelo Forte. Contam-se historinhas e tudo mais. Mas esquecemos da Bíblia. Parece que muitos já nem sabem mais explicar um texto bíblico. Parece que os seres humanos não precisam mais de Deus, não precisam mais da Palavra de Deus. Parece que ninguém mais é pecador, pois não se fala mais contra o pecado nos cultos ou, quando se fala, parece que pecado está limitado a roubar, matar e mentir. Ninguém mais sabe o que é adultério, fornicação, santificação, etc. Muitos dentro da própria igreja já nem mais acreditam em vida após a morte, não acreditam na volta de Cristo, não acreditam no Juízo Final e, a maioria que ainda acredita, crê que temos que fazer boas obras para obtermos a salvação.
         Tenha coragem de perguntar às suas ovelhas se elas têm a certeza da salvação e, se elas têm, pergunte por que elas acham que seriam salvas. Só assim você verá o que você tem ensinado a elas.
         Queremos edificar a Igreja de Cristo pelos nossos próprios esforços, nossa própria sabedoria e conhecimento. Esquecemos que, se o Senhor não edificar a casa, em vão é nosso trabalho. Talvez, até sabemos que é o Senhor quem edifica a casa, mas esquecemos que ela é edificada pela Palavra de Deus – e o anúncio da Palavra de Deus nos foi confiado. Mas falar da Palavra de Deus hoje, no século XXI, é cafona – só os “atrasados” é que ainda falam da Palavra de Deus e apontam o pecado.
         Lembremos do corpo, das células. Uma ferida é um monte de células mortas e, se você não cuidar da ferida, ela vai aumentando, destruindo o corpo até a morte. Dizemos que a igreja é o lugar para os doentes, mas o que adianta dizer que a igreja é lugar para os doentes se não lhe damos o remédio, se não mostramos a ferida? Há muita gente doente, com enfermidades (pecados) e que não se dá conta disso. Como ministros do Evangelho somos chamados a mostrar a ferida e a cuidar dela até que seja curada.
         Uma igreja que não aponta os pecados e que não cuida dos feridos é como um hospital que não se importa com a saúde ou com a vida das pessoas. As pessoas precisam entender que precisam de Jesus Cristo e que, sem arrependimento, não existe conversão. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados” (At 3.19). Vamos pregar sobre este texto em nossas igrejas?
         Vamos trabalhar com aquilo que o Senhor já nos deu; temos todo o material para edificar a casa. Vamos usá-lo! Não é algo que foi criado e que nos foi dado no século XXI, mas é mais resistente do que qualquer outra coisa, pois a Palavra de Deus permanece para sempre e ela “é mais cortante que uma espada de dois gumes” (Hb 4.12).
         Lembremos que uma faculdade forma um profissional, mas a Palavra de Deus forma um pastor. Podemos ser um profissional sempre buscando nos atualizarmos, lendo livros e mais livros, mas nunca seremos um verdadeiro pastor se não ouvirmos a voz de Deus. E, da mesma forma como uma célula com vida naturalmente se multiplica, assim também, uma igreja que tem vida tende a, naturalmente, também multiplicar-se.
         Como está a igreja da qual faço parte: está morrendo ou multiplicando-se? Se estiver multiplicando-se, glória a Deus. Se estiver morrendo, ela só precisa do verdadeiro remédio para voltar a ter vida.
                                                                                     Irio Edemar Genz



domingo, 19 de agosto de 2012

Ser batizado na igreja, ter feito a comunhão, ter casado na igreja, sido sepultado por um pastor e estar em dia com a contribuição, isto garante a Salvação?


Quem aqui acredita na vida após a morte? Se você morresse agora, teria certeza de que iria para o céu? Imagine que você morreu e está diante de Deus. E agora Deus vai te perguntar: ‘por que devo aceitar que você entre no céu?’ O que você iria responder?
Se a sua resposta seria: Sou uma pessoa boa, não faço mal para ninguém, fui batizado na igreja, fiz a comunhão, casei na igreja, pago minha contribuição. Sinto muito, você não entraria no céu, não teria a vida eterna.
Efésios 2.8-9, diz que a salvação nos é dada por meio da fé e não por meio de obras. A salvação é um dom gratuito de Deus, ela não pode ser comprada ou negociada. Então, se a resposta que você pensou em dar para Deus está baseada nas coisas que você fez, ou melhor, nas boas ações que você fez durante a sua vida, você não entraria no céu.
Pense, a bíblia diz que Jesus Cristo morreu por nós para pagar nossos pecados e nos dar a salvação, e isso só é possível pela graça, já que é um dom gratuito de Deus. Então, se eu disser que tenho que fazer coisas boas, boas obras para ser salvo, então Cristo não precisaria ter morrido. Eu vou sim, fazer coisas boas, mas não para ser salvo, mas porque eu fui salvo. 
Precisamos entender o que significa crer.
Jo 3.18. “Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” Você crê em Jesus Cristo? Em Tg 2.19 a bíblia diz que os demônios também creem, e ainda, tremem de medo. Mas qual a diferença entre eu crer e um demônio crer? Lembrando que crer é acreditar. Posso até arriscar a dizer que os demônios são mais crentes do que a maioria de nós, porque eles realmente acreditam na Bíblia. Mas a diferença entre nós e os demônios é vista quando a Palavra de Deus é colocada em prática ou não. Viver, obedecer à Palavra de Deus – isso um demônio não faz: obedecer, viver a Palavra de Deus no dia a dia! E nós, qual a nossa forma de crer? Se eu digo que creio e não obedeço à Palavra de Deus não estou me igualando a um demônio?
João disse que “aquele que crê no Filho de Deus não é julgado, mas o que não crê já está julgado”. Vamos trocar a palavra crer por obedecer para facilitar a nossa compreensão: “aquele que obedece ao Filho de Deus não é julgado, mas o que não obedece já está julgado”. A nossa salvação ou o nosso julgamento já acontece aqui e agora. Se nós cremos que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que Ele morreu pelos nossos pecados e nós entregamos a nossa vida a Ele em obediência, podemos ter certeza de nossa salvação.
Rm 10.9-10: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação”. Jo 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome”. Então, a única coisa que precisamos para sermos salvos é crer de todo coração que Jesus Cristo é o Filho de Deus e que Ele morreu pelos nossos pecados e entregarmos nossa vida a Jesus Cristo.
A salvação é simples: Deus o ama e deseja que saibamos que a salvação é simples. Rm 10.9-10,13: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor, será salvo”.
Devemos pessoalmente com fé reconhecer Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Afirmando ser Jesus nosso Senhor, afirmamos que nos submetemos a ele e afirmando ser Jesus nosso Salvador, afirmamos ser ele o único caminho para chegarmos a Deus.
Deus nos ama e deseja que sejamos salvos.
Deus o ama e deseja que saibamos que a salvação não é pelas obras, é um dom gratuito de Deus; é graça! O caminho da salvação provido por Deus é receber a Cristo pessoalmente, confiando nele para assim sermos salvos.
2 Co 6.1-2: “Portanto, nós, como companheiros no serviço de Deus, pedimos o seguinte: não deixem que se perca a graça de Deus que vocês já receberam. Escutem o que Deus diz: quando chegou o tempo de mostrar a minha bondade, eu atendi o seu pedido e o socorri quando chegou o dia da salvação. Escutem! Este é o tempo em que Deus mostra a sua bondade! Hoje é o dia de ser salvo!”. Cristo não obriga ninguém a segui-lo, ele simplesmente chama.  Mas precisamos tomar uma decisão. Não podemos brincar de sermos cristãos: ou somos cristãos ou não somos! Com certeza o Espírito fala aos nossos corações e a nós cabe respondermos: queremos essa salvação de Deus, queremos aceitar a Cristo, queremos deixar o caminho largo, os nossos pecados para trás? Ou vamos continuar com a nossa velha vida? O texto de 2 Co diz que hoje é o dia de ser salvo! Hoje é o dia, não amanhã ou depois. Quem garante que amanhã estaremos todos ainda vivos?
Se você realmente crê em Jesus Cristo e quer colocar a vida sob o seu cuidado, convido para que faça esta oração: “Senhor Jesus, reconheço que sou pecador e preciso do teu perdão. Entra em meu coração e em minha vida. Lava-me de todo pecado com teu sangue vertido. Faze-me um filho de Deus. Dá-me teu dom gratuito de vida eterna, e faze-me saber que estou salvo, agora e para sempre. Agora recebo-te como meu único Senhor e Salvador pessoal. Em nome de Jesus. Amém.”
Se realmente essa oração foi feita do fundo do coração e não somente da boca pra fora, você pode ter a certeza da sua salvação e, certamente, o Espírito Santo vai se fazer presente em sua vida e você dará sinais da sua salvação no seu jeito de pensar, falar e de agir.
Se você fez a escolha de entregar a sua vida a Jesus Cristo, então procure uma igreja para você participar, leia a bíblia e ore diariamente, pedindo direção e sabedoria a Cristo. Qualquer duvida que eu possa ajudar, este é meu e-mail: irioedemargenz@yahoo.com.br.
Que a graça de Cristo o acompanhe a cada dia e seu Espirito Santo lhe oriente segundo a Palavra de Cristo. Amem

domingo, 3 de junho de 2012

Como queremos glorificar o nome de Deus?

O Brasil está se tornando a cada dia um país mais evangélico. Por outro lado, cresce também o número de ateus e de pessoas decepcionadas com a igreja e, de certa forma, com Deus.
Mas porque isso acontece, se o dever da igreja é levar o amor de Deus para as pessoas? Quem é o culpado pelo número crescente de ateus e de pessoas decepcionadas com a igreja e com Deus, se tudo o que a igreja faz é para a glória de Deus?
Não tenho uma caminhada muito longa com Cristo, mas o suficiente para fazer alguns questionamentos bíblicos sobre a realidade da nossa igreja, a qual quer ganhar o mundo para Jesus Cristo. Mas de que modo?
Queridos amigos e irmãos em Cristo, não posso deixar de dizer que tudo isso tem início dentro das igrejas (instituições religiosas), pois os ensinamentos de Deus, a pregação da Palavra de Deus, o viver como verdadeiros cristãos, são questões ensinadas por ministros e ministras do Evangelho, por pessoas chamadas ou que se dizem ser chamadas por Deus.
Li recentemente um livro (Feridos em nome de Deus – Marília de Camargo César), onde a autora relata vários testemunhos de pessoas que sofreram “abusos espirituais”, onde muitos deixaram a igreja e ficaram decepcionados com Deus. Concordo com ela em alguns pontos ou com alguns aspectos dos testemunhos citados. Sabemos que, hoje, existem alguns líderes que estão fazendo da igreja um grande negócio, usam a palavra de Deus, simplesmente, para se promoverem e para ficarem ricos.
Queridos irmãos em Cristo e também você que vê a igreja como um mercado religioso, lembre-se de que devemos estar atentos a uma coisa: Deus não pode ser culpado pelos erros do ser humano, temos que saber diferenciar o que é um verdadeiro e o que é um falso ministro. E isso só acontece quando buscamos a sabedoria de Deus em oração e meditamos dia e noite em sua Palavra. Não estou aqui para defender aqueles que deturpam a Palavra de Deus, nem para acusar alguém de irresponsabilidade. Mas uma coisa é certa: Cada um de nos responderá pelos seus próprios atos. Aqueles que querem tirar proveito fazendo uso da Palavra de Deus, um dia receberão sua recompensa, e aqueles que foram machucados por esses falsos profetas, não poderão usar o argumento de que foram traídas, como fonte de defesa. Sempre temos a oportunidade de recomeçar.
Eu também sou vítima desse abuso espiritual, se quisesse culpar a igreja por me enganar com tantos ensinos falsos, teria N motivos, também teria motivos para estar decepcionado com Deus, pois, de certa forma, vemos e cremos que Deus dá inspiração para tais ministros. Porém, graças a Deus, Ele me deu forças para buscar a verdade, e creio que tem me dado sabedoria para, hoje, diferenciar o que é de Deus, o que é do homem e o que é do maligno. Cristo não nos deixa na mão quando o buscamos de todo o coração.
Tudo o que ouvimos de pregadores temos que perguntar qual é a base bíblica usada como fundamentação, e se a mesma está sendo interpretada dentro do seu contexto. Isso quer dizer que temos que conhecer a Bíblia, sem esse conhecimento não teremos critérios suficientes para dizer o que é certo e o que é errado.
Mateus 6.19-21 - Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, ai estará também o teu coração.
Neste texto encontramos uma orientação para todo ser humano e, através desta orientação, podemos perceber em uma pessoa qual é a prioridade dela em sua vida, qual é o seu verdadeiro objetivo, onde está o seu tesouro, ou melhor, o seu coração. Não estou dizendo que não temos o direito de ter uma casa própria, de possuir um carro ou fazer qualquer coisa que gostamos. O texto não diz isso. O que o texto está dizendo é que não devemos ACUMULAR tesouros sobre a terra, tanto que o texto a seguir – Mt 6.25ss. – nos diz para não estarmos preocupados com as coisas terrenas, mas que devemos buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus e sua justiça e todas as outras coisas serão acrescentadas para termos uma vida digna e justa. Contudo, também temos que ter cuidado porque muitos dirão que têm muita riqueza pelo simples fato de terem buscado o reino de Deus em primeiro lugar.
Quando Deus dá riqueza para um homem, creio que isto é feito com o intuito de a pessoa servir àqueles que têm necessidades, investindo, assim, no reino de Deus. Creio que todo verdadeiro cristão tem prazer em investir no reino de Deus, pois para ele está claro que ele não vai levar nada desta vida.
Mateus 6.24 – Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas.
Creio que aqui encontramos a causa de tantos problemas envolvendo a liderança da igreja, ministros e ministras, pastores e pastoras, etc. Quando pessoas chamadas por Deus começam a se envolver com questões de riqueza, quando seu desejo está em acumular bens materiais, não demora muito para um líder se tornar hipócrita e começar a ter o anseio de tirar mais dinheiro dos seus membros. A mídia tem apresentado várias destas questões envolvendo lideranças religiosas, mostrando a riqueza adquirida por tantos pastores e creio que, cada um que está lendo esta reflexão, também tem conhecimento de algum líder religioso mercenário.
Somos chamados a investir no reino de Deus; a igreja é chamada para demonstrar o amor de Cristo, mas, infelizmente, ela tem se preocupado mais com a mordomia própria do que com os cuidados que deveria ter com o seu rebanho. Vemos tantos “mega templos” sendo construídos, bilhões sendo investidos para a luxuria da própria igreja, isso só para dar ibope para ela própria, sendo que, enquanto isso, milhões de pessoas estão morrendo de fome, morando nas ruas e, perdendo assim, a oportunidade de ouvir falar sobre Jesus Cristo, o Salvador.
Do meu ponto de vista, a igreja que quer um templo de luxo, esqueceu-se do reino de Deus, pois a prioridade no reino de Deus são pessoas e não outras coisas. Procure saber qual é a percentagem que sua igreja investe em missões e quanto ela investe com coisas banais, fúteis, aí você descobrirá com o que a igreja está preocupada ou qual é sua prioridade. A igreja que não coloca prioridade nos seus investimentos em missões está correndo um sério risco de sumir do mapa, além de não estar dando prioridade no reino de Deus.
1 Timóteo 6.10 - Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé, e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.
Para terminar, lembramos do que Paulo fala a Timóteo: o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, onde alguns se desviaram da fé e se atormentaram com muitas dores. Também, neste caso, temos vários exemplos que a própria mídia também já divulgou. Há vários artistas que acabaram se desviando da fé por causa da fama e do dinheiro; não são só artistas, mas falo deles por serem pessoas mais conhecidas, com maior influência, principalmente quando se trata do meio do mundo da música gospel.
Quando Deus chama alguém para pregar a Palavra ou para ser um ministro de louvor, a sua intenção é para que o reino de Deus cresça e     o seu nome seja glorificado. Mas o que alguns pregadores e alguns ministros de louvor estão fazendo é difamar o nome de Deus, pois muitos cobram cachês para ministrar a Palavra ou ministrar o louvor. Queridos, uma pessoa dessas nunca será convidada por mim. Não é uma pessoa de sucesso que vai me trazer a Palavra de Deus, nem um ministro de louvor famoso que vai me ensinar a louvar melhor. Não estou dizendo que não podemos convidar pastores ou ministros conhecidos para ministrar em nossas igrejas, apenas acho que, quando uma igreja paga para alguém vir ministrar, ela mesma está incentivando e enriquecendo aqueles que se aproveitam da Palavra de Deus para seus próprios prazeres e interesses.
Meus irmãos, Deus distribui seus dons à igreja para a edificação de todos e isso faz com que o corpo de Cristo (sua Igreja) cresça. Precisamos buscar, continuamente, a Deus, que ele nos dá tudo de graça. Não precisamos pagar para ouvir Deus falar, seja através da pregação da Palavra ou do louvor.
Quem paga para que Deus venha falar na sua igreja, já perdeu a comunhão com Deus e não vai ouvir Ele falar. Talvez, seria melhor deixar de ser ministro de Deus do que ter este título e não ouvir Deus falar, pois como alguém que não ouve a voz de Deus deseja ser um ministro dele?

                                                                                    Irio Edemar Genz

sexta-feira, 1 de junho de 2012

O VERDADEIRO AMOR



UM CASAMENTO SÓ ACABA ONDE NÃO SE ENTENDE O QUE É O AMOR

Um famoso professor se encontrou com um grupo de jovens que falava contra o casamento.
Argumentavam que o que mantém um casal é o romantismo e que é preferível acabar com a relação quando este se apaga, em vez de se submeter à triste monotonia do matrimônio.
O mestre disse que respeitava sua opinião, mas lhes contou a seguinte história:

“Meus pais viveram 55 anos casados. Numa manhã minha mãe descia as escadas para preparar o café e sofreu um enfarto.
Meu pai correu até ela, levantou-a como pôde e quase se arrastando a levou até à caminhonete.
Dirigiu a toda velocidade até o hospital, mas quando chegou, infelizmente ela já estava morta.
Durante o velório, meu pai não falou.
Ficava o tempo todo olhando para o nada. Quase não chorou. Eu e meus irmãos tentamos, em vão, quebrar a nostalgia recordando momentos engraçados.
Na hora do sepultamento, papai, já mais calmo, passou a mão sobre o caixão e falou com sentida emoção: “- Meus filhos, foram 55 bons anos…Ninguém pode falar do amor verdadeiro se não tem idéia do que é compartilhar a vida com alguém por tanto tempo.”
Fez uma pausa, enxugou as lágrimas e continuou: “- Ela e eu estivemos juntos em muitas crises.
Mudei de emprego, renovamos toda a mobília quando vendemos a casa e mudamos de cidade.
Compartilhamos a alegria de ver nossos filhos concluírem a faculdade, choramos um ao lado do outro quando entes queridos partiam. Oramos juntos na sala de espera de alguns hospitais, nos apoiamos na hora da dor, e perdoamos nossos erros…
Filhos, agora ela se foi e estou contente. E vocês sabem por que? Porque ela se foi antes de
mim e não teve que viver a agonia e a dor de me enterrar, de ficar só depois da minha partida. Sou eu que vou passar por essa situação, e agradeço a Deus por isso. Eu a amo tanto que não gostaria que sofresse assim… “
Quando meu pai terminou de falar, meus irmãos e eu estávamos com os rostos cobertos de lágrimas. Nós o abraçamos e ele nos consolava, dizendo: “Está tudo bem, meus filhos, podemos ir para casa.”
E, por fim, o professor concluiu: Naquele dia entendi o que é o verdadeiro amor. Está muito além do romantismo, e não tem muito a ver com o erotismo, mas se vincula ao trabalho e ao cuidado a que se professam duas pessoas realmente comprometidas.

Quando o mestre terminou de falar, os jovens universitários não puderam argumentar.
Pois esse tipo de amor era algo que não conheciam.
O verdadeiro amor se revela nos pequenos gestos, no dia-a-dia e por todos os dias.
O verdadeiro amor não é egoísta, não é presunçoso, nem alimenta o desejo de posse sobre a pessoa amada.

“Quem caminha sozinho pode até chegar mais rápido, mas aquele que vai acompanhado com certeza chegará mais longe e terá a indescritível alegria de compartilhar, alegria esta que a solidão nega a todos que a possuem…”

segunda-feira, 30 de abril de 2012

O amor de Cristo e o amor das instituições religiosas

O amor somente é verdadeiro quando se renuncia algo de si mesmo. Efésios 5.1-2 – “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave”. 
A palavra amor nos remete a vários significados. E, para um melhor entendimento deste texto acima, gostaria de analisar a definição de dois conceitos de amor – um, segundo o Dicionário Aurélio e outro, segundo o Dicionário da Bíblia Almeida. 
Segundo Aurélio o amor pode ser definido como um sentimento que predispõe (leva) alguém a desejar o bem de outrem. Sentimento de dedicação absoluta (total) de um ser a outro ou a uma causa. 
Segundo Almeida, amor envolve consagração a Deus (Jo 14.15) e confiança total nele (1 Jo 4.17), incluindo compaixão pelos inimigos (Mt 5. 43-48; 1 Jo 4.20) e o sacrifício em favor dos necessitados (Ef 5.2; 1 Jo 3.16). Somos chamados a sermos imitadores de Deus e andarmos em amor como também Cristo nos amou. Aqui se encontra o maior exemplo de amor e, ao olharmos para este amor, veremos como muitas igrejas se encontram longe do mesmo. 
A igreja (ministros e ministras) hoje nos chama para sermos imitadores de Deus, de Cristo, e esquece que ela mesma também é chamada a ser imitadora de Cristo. Todo o cristão ao ouvir a palavra amor é remetido a mais de 2000 anos atrás e, portanto, é levado a lembrar-se do que Cristo fez por nós. Para todo cristão que percebe a necessidade de amor de alguma pessoa, seu conselho deveria ser de que tal pessoa somente encontrará este amor em Cristo, na igreja. Em Cristo, sem dúvida, sempre encontraremos o verdadeiro amor. Entretanto, cada dia que se passa está mais difícil de encontrar este amor de Cristo na igreja. Pergunto: isto acontece porque a igreja é composta de pessoas ou porque as pessoas não estão mais dispostas a viver o amor de Cristo? Fato é que a igreja hoje tende a estar mais preocupada com números do que com serem humanos. 
Nas últimas quatro igrejas que visitei juntamente com minha esposa, apenas uma, isto é, apenas em um ponto de pregação aonde ministros de fora vêm para pregar, é que tivemos um diálogo com o pastor. Somente ele perguntou os nossos nomes e de onde nós éramos. Também alguns membros daquele ponto de pregação nos convidaram para retornar e participar de mais cultos. Não busco ser reconhecido por ninguém, nem sou carente de amor, mas uma igreja que não pergunta o nome de seus visitantes e não convida os mesmos para voltar, não sabe o significado de igreja, não sabe o que significa amor. 
Atualmente, podemos dizer que a falta de amor nas igrejas é consequência de uma teologia controvertida de nossas instituições religiosas ou de um fraco ensino teológico, ou ainda, de um interesse pessoal, onde a pessoa busca tirar proveito através da fé de pessoas com pouco conhecimento em questões de fé em teologia. Cada instituição (igreja) faz seu plano de trabalho e, em cima disso, busca alcançar seus objetivos. Mas pergunto: quais são seus reais objetivos? 
Na maioria das vezes, as notícias na mídia apresentam algumas instituições como uma fonte de lucro de alguns ministros, como, por exemplo, a igreja N que está construindo o maior templo, o pastor N que acumulou muitos bens materiais, entre outros. Percebe-se aí o interesse, ou melhor, o objetivo de algumas instituições eclesiais gira em torno do arrecadar dinheiro e de construir mega templos. Da mesma forma, em outras instituições, perde-se tanto tempo com reuniões e mais reuniões para discutir o que a igreja vai fazer com os bens que ela possui ou pretende adquirir, como adquiri-los, e nunca sobra tempo para evangelizar e enviar missionários para povos não alcançados pelo Evangelho. 
A igreja esqueceu do “ide” proclamado por Jesus e adotou o “vinde”. Hoje, o centro do culto é uma mensagem de autoajuda; ministros e ministras estão mais preocupados em agradar aos homens do que a Deus. Com este sentimento de agradar aos homens o amor de Cristo é deixado de lado e passa a atuar na igreja um amor de interesses, onde uma pessoa somente tem atenção total de alguns ministros e ministras quando o mesmo vê que ela tem algo de valor para dar à igreja. Aquele amor de dedicação absoluta de um ser a outro ou a uma causa, aquele amor como um sacrifício em favor dos necessitados, está fora da maioria dos ambientes eclesiásticos. 
Pessoas problemáticas, muitas vezes, são deixadas de lado pela igreja. Ela somente quer trabalhar com pessoas que não lhe tragam dor de cabeça. Cada ministra e ministro está ligado a uma instituição religiosa, e a ela foi dado o dever de cuidar e zelar pela pregação de um Evangelho puro. Quando não existe mais este cuidado por parte dos responsáveis da instituição frente a seus ministros e ministras, a igreja de Cristo começa a sofrer com falsos ensinos e a ser destruída por gananciosos. 
Nesse sentido, vale ressaltar que o dever da liderança é zelar pelo testemunho e ensino de seus ministros e ministras e, quando a mesma não faz isto, deixa de ser porta-voz de Deus e passa a ser cúmplice dos atos de seus ministros e ministras. Não podemos chamar uma instituição de “religiosa” quando ela está preocupada somente em levantar um patrimônio milionário, quando está colocando seus usos e costumes acima da Palavra de Deus, quando está engessada por uma forma de culto (liturgia) de 500 anos atrás. Cristo não quer ver quem construiu a maior igreja, não olha a santidade de cada pessoa segundo seus usos e costumes, muito menos quer ser cultuado de forma mecânica; ele não instituiu uma forma única de culto, somente deseja que seus filhos o adorem em espírito e em verdade. 
Prédios, usos e costumes não bíblicos, tradição, tudo isto não tem valor nenhum para Deus. Ai da igreja que coloca isso como sua prioridade! 
Enquanto se constrói monumentos, se discute usos, costumes e tradição humana, o amor vai acabando e pessoas vão para o inferno. 
O que nossa instituição religiosa, o que você como ministro e ministra de Deus tem para apresentar a Ele? Templos, santidade através de usos, costumes e tradição ou pessoas que você levou até Ele? Pense nisso. Irio Edemar Genz

domingo, 25 de março de 2012

Homens de Deus ou homens rebeldes?

O que diferencia um homem de Deus de um homem rebelde? Rebelde é um adjetivo para qualificar alguém que não obedece ninguém e nem escuta conselhos, que acredita que possui uma autoridade legítima.
Homens de Deus são fiéis ao que dizem; são honestos e pessoas de confiança. São firmes, decididos e dedicados. São aqueles que têm consciência de que Deus os chamou não para governar o povo com rigor, mas para cuidar do seu povo; são aqueles que cuidam da sua própria vida, antes de cuidar do povo de Deus. Um homem de Deus prega a si mesmo, antes de pregar ao povo. Sua vida é o seu mais eloquente sermão. Homem de Deus é aquele que é exemplo de vida, de piedade para o seu próprio rebanho. Ele em nada considera a vida preciosa para si mesmo, a fim de velar pelo rebanho – ele dá a sua vida pelo rebanho. Ele é aquele que pastoreia TODO o rebanho: as ovelhas dóceis e as indóceis. Ele é um pastor que compreende que a igreja é de Deus e não dele. Deus nunca nos passou procuração para sermos donos do rebanho. A igreja é de Deus. O homem de Deus é um pastor que compreende que a igreja custou muito caro para Deus: o sangue do seu Filho. A igreja é a Noiva do Filho de Deus. A igreja é a menina dos olhos de Deus. Ele tem zelo pela igreja.
“O caráter nunca é comprovado por uma declaração escrita ou oral de convicções. É demonstrado pelo modo como vivemos, pelo comportamento, pelas escolhas e decisões. Caráter é a virtude vivida” (Manual do Pastor Pentecostal: Teologia e Práticas Pastorais. Rio de Janeiro, CPAD, p. 115).
Vou citar alguns exemplos para esta meditação. Para quem não conhece a história destes homens de Deus e de tantos outros, sugiro a leitura de “O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, John Fox”, para uma melhor compreensão do que estou querendo mostrar através deste texto.

O tempo em que a igreja ensinava a doutrina da mendicância (heresia).

Juan Wickliffe: um homem de Deus ou um homem rebelde? Convencido dos erros da igreja de Roma e da vileza de seus agentes monásticos, Wickliffe decidiu denunciá-los. Em conferências públicas, fustigava os seus vícios e se opunha à sua insensatez. Expôs uma variedade de abusos cometidos e encoberto pelas trevas da superstição. No princípio, desfez os prejuízos contra o povo e seguiu com avanços lentos; junto com as descrições metafísicas da época, mesclou opiniões teológicas aparentemente novas. As usurpações da corte de Roma eram um de seus temas favoritos. Em relação a estas, estendia-se com toda a força de seus argumentos e raciocínio lógico. Isso levantou às queixas do clero que, através do arcebispo de Canterbury, privou-lhe de seu cargo (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p. 157).
Já mais tarde repreendeu o papa com toda autoridade e perguntou-lhe: “como ousais fazer do emblema de Cristo na cruz (que é o penhor da paz, da misericórdia e da caridade) uma bandeira que nos leve a matar homens cristãos, por amor a falsos sacerdotes e a oprimir a cristandade de um modo pior do que aquele pelo qual Cristo e os seus discípulos foram oprimidos pelos judeus? Quando o soberbo sacerdote de Roma concederá indulgências à humanidade, para que ela viva em paz e em caridade, como agora o faz para que lutem e matem-se entre si?” (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p. 159, 160).
Juan Wickliffe, quando morreu, parecia já estar muito envelhecido. Por 41 anos deram descanso ao seu sepulcro quando, então, exumaram o seu corpo e reduziram-no a cinzas, lançadas ao rio. Apesar de terem exumado o seu corpo, queimado os seus ossos e jogado as cinzas ao rio, não puderam, contudo, queimar a Palavra de Deus e a verdade de seus ensinamentos, nem o fruto e o triunfo do mesmo (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p.160).

Juan Huss foi considerado herege pela igreja por divulgar as doutrinas de Wickliffe e expor as Escrituras no próprio idioma do povo. Isto tirava toda a autoridade que a igreja de Roma tinha e que oprimia o povo.

Juan Huss um homem de Deus ou um homem rebelde? Adepto das doutrinas de Wickliffe se opôs ao decreto do arcebispo que, contudo, conseguiu uma bula do papa que o encarregava de impedir a dispersão das doutrinas de Wickliffe em sua província. Com este documento, o arcebispo condenou os escritos de Wickliffe e proibiu Juan Huss de pregar em qualquer congregação. Huss, juntamente com outros membros da Universidade, protestaram contra este procedimento, e apelaram contra a sentença do arcebispo. Enfim, mais tarde, Huss é convocado a comparecer diante do concílio para que se retratasse de seus ensinamentos que, para a igreja, eram heresias. Ele comparece ao concílio sem nenhum advogado, ou melhor, com Cristo sendo seu juiz. Pois dizia ele que “nele não há engano e nem poderia ser enganado por ninguém. E acaso alguém pode dar melhor ajuda do que ele aos pobres e oprimidos?”. Enquanto Juan Huss, com expressão devota e sóbria, falava e pronunciava estas palavras, era ridicularizado e escarnecido por todo o concílio. Então, lhe puseram uma mitra de papel, pintada com figuras de demônios em sua cabeça com a seguinte expressão: “Coroa de hereges”.
Colocado em uma estaca, com lenha até o seu pescoço na tentativa de convencê-lo a se retratar, Juan Huss disse: “não, jamais preguei alguma doutrina com más intenções e aquilo que ensinei com os meus lábios, agora selarei com o meu sangue”. Em seguida, disse ao carrasco: “Vais assar um ganso, porém dentro de um século surgirá um cisne que não poderão nem assar nem ferver (aproximadamente 100 anos depois surge MARTINHO LUTERO). Finalmente, colocaram fogo na lenha e Juan Huss cantou um hino com voz tão forte e alegre, que foi ouvido através do crepitar da lenha e do estrondo da multidão. Por fim, sua voz foi calada pela força das chamas, mas nunca poderá ser abolida da mente dos piedosos (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p.165, 166).

O tempo em que a igreja vendia o perdão de Deus (heresia).

Martinho Lutero um homem de Deus ou um homem rebelde? Ao vasculhar a biblioteca encontrou acidentalmente uma cópia da Bíblia latina que jamais havia visto antes. Esta atraiu poderosamente a sua curiosidade; leu-a ansiosamente e sentiu-se atônito ao perceber que apenas uma pequena porção das Escrituras era ensinada ao povo (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p.186).
Lutero descobre nas Sagradas Escrituras que o ser humano é justificado pela fé. Ao ler e comparar os ditos e os exemplos dos profetas e dos apóstolos, com uma contínua invocação a Deus e com a excitação da fé pelo poder da oração, deu-se conta desta doutrina com a maior evidência. Lutero vai a Roma e lá observa o papa e sua corte, observa as maneiras do clero, cujos modos precipitados, superficiais e ímpios de celebrar a missa foram severamente criticados por ele.
Em 1517, Leão X aprova a concessão de indulgências, com o fim de arrecadar dinheiro para a construção da catedral de São Pedro em Roma. Isso provocou muitos escândalos em Wittenberg, e inflamou o zelo de Lutero. Isso fez com que ele, então, pregasse as 95 teses contra as indulgências, nas quais desafiava qualquer um que se opusesse a elas (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p.187).
Lutero é chamado para ir a Roma e lá, diante do imperador, lhe foi pedido que ele se humilhasse e se retratasse com a igreja de Roma, mas, a sua resposta foi a seguinte: “Considerando que vossa soberana majestade e vossos honoráveis demandais desejam uma resposta plena, isto digo e professo tão resolutamente quanto posso, sem dúvidas e nem sofisticações, que se não me convencerdes através do testemunho das Escrituras (pois não dou crédito nem ao papa e nem aos seus concílios gerais, que têm errado muitas vezes, e que têm sido contraditórios contra si mesmos), a minha consciência esta tão ligada e cativa destas Escrituras que são a Palavra de Deus, que não me retrato nem posso me retratar de absolutamente nada, considerando que não é piedoso nem legítimo fazer qualquer coisa que seja contrária à minha consciência. Aqui estou e nisto descanso: nada mais tenho a dizer. Que Deus tenha misericórdia de mim”.
Como Lutero não volta atrás quanto aos seus ensinamentos, a sentença do papa é considerar Lutero um membro separado da igreja, cismático e um herege obstinado e notório (O Livro dos Mártires, Rio de Janeiro, CPAD, p.191).

HOJE
O tempo em que se vendem bênçãos de Deus e que a igreja se tornou um clube onde, para você ser um membro, tem que pagar contribuições (heresias).

“Buscai, pois, o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33). A influência do mundo tem deixado as pessoas cegas quanto à vontade de Deus para suas vidas, pois, para você ser considerado alguém importante para a sociedade e até em certas igrejas você precisa “ter” e não “ser”. Você somente é tratado com cuidado, ou alguém mostra preocupação para com sua pessoa somente quando você “tem”.
O desejo que as pessoas têm em se tornar ricas é tão grande em nossa sociedade que a maioria nem pergunta se a maneira pela qual elas vão adquirir tais recursos é por meios corretos ou não. A sociedade de hoje quer as coisas para ontem. Então, quando se ouve um anúncio de prosperidade, todo mundo vai correndo para buscar a receita e através dela ter seu sonho realizado. Não estou querendo dizer que o crente deve se contentar com a pobreza, que ele deve se orgulhar de ser pobre; não, pelo contrário, a Bíblia diz “se alguém não quiser trabalhar, então não coma também” (2 Ts 3.10). Devemos sempre buscar o melhor para nós, pois creio que Deus quer o melhor para cada um de seus filhos.
O problema de hoje é que as pessoas correm mais atrás do dinheiro do que buscam a Deus, ficam colocando a culpa no diabo pelas coisas ruins que acontecem e repreendendo qualquer coisa que não seja do seu gosto. Se a nossa vida está nas mãos de Deus não temos o que temer, pois algo só pode acontecer se Deus permitir.
Olhamos para a vida e os sintomas da doença de Jó: feridas inflamadas, ulcerosas, 2.7; coceira contínua, 2.8; mudanças degenerativas na pele do rosto, provocando desfiguração, 2.12; perda do apetite, 3.23; medo e depressão, 3.25; feridas purulentas que se abrem, coçam, racham 7.5; vermes formados nas feridas, 7.5; dificuldade para respirar, 9.18; escurecimento da pálpebra, 16.16; mau hálito, 19.17; perda de peso, 19.20; dor lancinante e contínua, 30.27; febre alta com arrepios e descoloração da pele, ansiedade e diarréia, 30.30. A mulher de Jó lhe dá um conselho desesperado: “Querido, acabe com todo esse sofrimento, amaldiçoe a DEUS”. Mas Jó resiste e rejeita o conselho de sua esposa e diz: “Temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal?”. Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios (2.10).
Em Romanos 8.28 Paulo diz: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a DEUS, daqueles que são chamados por seu decreto”.
Porque hoje é tão difícil termos o coração de Jó? Se soubermos que todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus, isso quer dizer que as coisas que consideramos ruim também cooperam, também são vontades permissivas de Deus. Nada melhor do que Mateus 6.33 para termos como promessa de Deus para nossa vida, a qual com certeza Jó também tinha, como é apontado no final de seu livro, onde temos o testemunho do que Deus fez na vida dele. Será que Deus não é capaz de fazer isso na nossa vida se colocarmos na prática Mateus 6.33? Não estou dizendo que, para você colocar o reino de Deus em primeiro lugar na sua vida, você deve estar todo dia na igreja. O estar todo dia na igreja não é sinal de que o reino de Deus está em primeiro lugar na vida de uma pessoa, mas sim, o colocar em prática a Palavra de Deus.
Dificilmente vemos hoje um ministro ou ministra de Cristo pregando sobre Mateus 10.8 onde Jesus diz: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai”. Creio eu que, se alguém não está pregando este texto, é porque não é ministro ou ministra de Cristo. Pois Paulo diz em 1 Pedro 5.2-3: “Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho”.
Quer saber se um ministro ou ministra está a serviço do dinheiro ou a serviço de Deus? Tira o seu salário ou simplesmente diminuo-o pela metade, se ele continuar cuidando do seu rebanho, é porque ele está a serviço de Deus, caso contrário, está a serviço do dinheiro. Se alguém quiser me questionar dizendo que o que ganha quase não dá para sustentar a família, eu pergunto a você “ministro ou ministra”: como um pai de família de sua igreja consegue sustentar a sua família com um salário mínimo? E você vai querer me dizer que não consegue sobreviver ganhando... além de casa e de ajuda de custos para os filhos, etc?
O mesmo método se usa também para saber se a pessoa que frequenta os cultos está ali porque ama a Deus ou está ali porque quer riqueza. Pare de pregar sobre prosperidade nos cultos e pregue sobre o compromisso do crente para com Cristo, e você verá realmente quem está ali por causa do dinheiro e quem está ali por causa de Cristo. Os que estão por causa de Cristo continuarão, mas os que estão ali por causa das bênçãos sumirão da igreja. Nosso objetivo ao ir para a igreja, além de comunhão com os irmãos é o de buscar o dono das bênçãos e não as bênçãos. Pois, quando se está com o dono das bênçãos, não precisamos de nada, ele nos dá tudo o que necessitamos (Mt 6.33).
Caros amigos e irmãos em Cristo, se a igreja de hoje está na situação em que vemos, não é por causa dos seus membros e, sim, por causa de seus ministros, pois é da boca de ministros e ministras que sai toda heresia que hoje está sendo pregada dentro das igrejas. E, pelo fato de muitos dos membros não ter muito conhecimento, acabam acreditando em tudo o que é dito por muitos “ministros e ministras”. Há também aqueles que estão obcecados pela riqueza que nem questionam tais ensinamentos.
Pergunto aos líderes e ministros das comunidades e a liderança nacional de cada instituição religiosa: o que você tem feito para que sua igreja ou instituição não seja vista como uma empresa, como um clube, como uma fonte de lucro? Ou você esta junto neste jogo sujo, sabe o que acontece, sabe da opressão que muitos membros passam, mas tem medo de se levantar contra, pois teme perder alguma coisa? Que tipo de ministro ou ministra você é?
É lamentável, mas igrejas que se dizem cristas estão fazendo membros tropeçarem porque funcionam como um clube, onde o membro tem que pagar para ter direito aos “benefícios” oferecidos pela mesma, e outras fazem seus membros tropeçarem porque tiraram tudo o que os mesmos têm, prometendo que em troca o dobro, mas no final o que eles ganham é uma barraca na rua. Lembramos do que Jesus disse em Mateus 18.6-7: “Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fosse afogado na profundeza do mar. É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo!”.
Quantas pessoas você já fez abandonar a fé, ou quantas já saíram de sua igreja porque o que você valoriza é o dinheiro? Para onde você está levando a sua igreja? O que você tem feito com a igreja, com a instituição que Deus lhe colocou para cuidar?
Lembro das palavras de Lucas 12.48: “Mas o que não a soube, e fez coisas que mereciam castigo, com poucos açoites será castigado. Daquele há quem muito é dado, muito se lhe requererá; e há quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá”.
Não foi em vão que citei três personagens que deixaram marcas na história. Incentivo você a ler o “Livro dos Mártires”, pois sei que muitos poderão, inclusive, me chamar de rebelde, irão citar Romanos 13.1 – “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas” –, dizendo que eu não estou me sujeitando às autoridades e que assim não sou um praticante da Palavra de Deus. Bem, se eu sou rebelde, também o foram Juan Wickliffe, Juan Huss, Martinho Lutero, entre outros. Pois os mesmos também não foram submissos às suas autoridades eclesiásticas da época.
Podia parar por aqui, mas não quero fundamentar meus argumentos em qualquer outro livro, senão, nas Escrituras Sagradas.
Atos 5.28-29: “Não vos admoestamos expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem. Respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Importa antes obedecer a Deus que aos homens”.
Por que houve tantos mortos nas arenas dos Césares? Por que morreram tantos cristãos transformados em tochas vivas, para iluminar o caminho dos imperadores tiranos e cruéis? Por que milhares de cristãos, moços, velhos, mulheres e crianças morreram comidos por feras no Coliseu Romano? Por que milhares de servos de Deus se refugiaram nas montanhas e cavernas, tornando-se essas em sua última habitação nesse mundo? Por que milhares depuseram suas vidas como mártires, morrendo das mais desumanas formas, sim... por quê? Simplesmente porque não obedeceram aos “principados e potestades”.
Mais de 50 milhões de cristãos foram esquartejados, trucidados, queimados e sepultados vivos, no massacre de São Bartolomeu, na perseguição aos huguenotes, albigenses e outros fiéis da Europa, segundo o negro relato da História, na chamada “santa inquisição” da Idade Média. Esses irmãos preferiram obedecer a Deus em primeiro lugar. Parabéns para eles! Isso é cristianismo vivo e genuíno! Tiremos-lhe o chapéu! Nunca se indispuseram contra as autoridades constituídas, nunca se rebelaram nem criaram conflitos, simplesmente, não concordavam em negar o Mestre e, por isso, morreram, preservando seus pendores cristãos.
Gálatas 1.8-10: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema. Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema. Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? Ou procuro agradar aos homens? Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo”.
Agora pergunto: Que evangelho é esse da prosperidade que se vê em muitas igrejas? Que evangelho é esse onde se tem que pagar para ser considerado um membro da igreja? Este não é o Evangelho de Jesus Cristo, este não é o Evangelho das Escrituras Sagradas, este não é o Evangelho que eu prego, e com este Evangelho eu não compactuo. Posso passar necessidade, posso até morar na rua, mas não aceito receber salário, casa e outros benefícios para pregar um evangelho que não é o de Jesus Cristo.
2 Timóteo 1.7: “Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação”.
Minha oração é para que Deus levante homens e mulheres que não sejam covardes e amantes do dinheiro; peço que Deus levante homens e mulheres que amam o Evangelho e a causa de Cristo, que estão dispostos a sofrer pelo Evangelho como foram os apóstolos e depois os grandes reformadores.
O povo de Deus já está cansado de tais pregadores, ministros e ministras que só pensam em si mesmos. Deus conta com você para trazer o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo para dentro das igrejas e curar tantos corações machucados por “pastores, ministros e ministras”.
Deus espera uma resposta sua.

Irio E. Genz

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

CHAMADO DIVINO OU ESCOLHA PROFISSIONAL?

CHAMADO DIVINO OU ESCOLHA PROFISSIONAL?


Vivemos hoje em meio a um mercado religioso que, muitas vezes, as pessoas já não sabem mais diferenciar o sagrado do profano. São muitas as pessoas se autodenominando ministros e ministras do evangelho e muitas, também, as que se encontram desiludidas com o evangelho. Falar de igreja hoje é quase a mesma coisa que falar de empresa – o assunto principal vai ser dinheiro. O que podemos fazer para que o nome de Cristo ou a igreja de Cristo não seja afetada ainda mais por este mal do século?
Podemos pensar em três tipos de ministros ou ministras: os chamados por Deus, os apadrinhados por outros ministros e os que escolhem ser ministros ou ministras por profissão. Com certeza os três têm algo em comum: “pregar a palavra de Deus”. Gostaria de fazer uma avaliação de cada um dos tipos citados, o que não vem a ser um julgamento.


Ser ministro ou ministra por profissão

Olhando do ponto de vista financeiro, podemos afirmar que é um ótimo investimento fazer uma faculdade de Teologia e se tornar “um ministro ou ministra do evangelho”. O custo não se diferencia muito dos outros cursos oferecidos pelas faculdades. Já a oportunidade de trabalho, depois de formado, é muito maior para quem fez um curso de teologia do que para quem fez um curso de administração, por exemplo. As vantagens que muitas igrejas oferecem para os ministros e ministras nem se compara com o que uma empresa oferece para seus funcionários. E para piorar, quando uma igreja não admite um desses “ministros ou ministras”, eles têm a oportunidade de abrir uma própria igreja, o que vai tornar sua remuneração ainda maior.
Não podemos negar que muitos destes “ministros e ministras” realmente pregam o evangelho, levam pessoas ao encontro com Cristo. Talvez, não vivam o evangelho, mas o pregam. Pessoas realmente têm suas vidas transformadas por Cristo através destes “ministros e ministras”. Paulo fala a respeito disso em Fl 1.18: “Mas que importa? Contanto que, de toda maneira, ou por pretexto ou de verdade, Cristo seja anunciado, nisto me regozijo, sim, e me regozijarei; porque sei que isto me resultará em salvação, pela vossa súplica e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo”. Como verdadeiros cristãos não podemos impedir que tais “ministros e ministras” preguem a Cristo, mas podemos levantar a voz quando o evangelho esta sendo deturpado. Como diz certo ditado: “quando o bem se cala, o mal prevalece”.
Também não posso deixar de fazer uma avaliação dos ministros e ministras que já estão atuando, pois o estrago realizado em comunidades por parte de alguns também já é grande. Não sei se é por causa do comodismo, do seu bem-estar, ou se alguns já cansaram em sua caminhada de fé e acham que Deus não é mais capaz de mudar a vida de pessoas que por ele se deixam ser transformadas. Tenho observado em algumas comunidades, através de conversas com algumas pessoas, que a sua base de fé já não está mais na obra redentora de Cristo na cruz (sola gratia) ou nunca esteve. O sacrifício de Cristo na cruz já não é suficiente ou não é entendido como suficiente para a salvação do ser humano.
Neste caso, a igreja está em crise, deixou de ser cristã. Sabemos que o ministro ou ministra não é o detentor da verdade, ele também pode ser questionado pelos membros de sua igreja, mas claro, tendo uma fundamentação teológica para tal questionamento. Porém, o que percebo em algumas comunidades é que o relacionamento delas com alguns ministros e ministras se dá da mesma forma como entre patrão e empregado, onde a comunidade paga o ministro ou ministra para fazer aquilo que ela acha necessário, como por exemplo: para algumas comunidades o ministro é pago para fazer o batismo, a confirmação, o casamento, o sepultamento, etc. E como alguns ministros não sabem fazer outra coisa ou não querem fazer outra coisa. Além disso, se submetem à comunidade, deixando de exortar, de ensinar o evangelho de Cristo para não perder suas mordomias, seu ótimo salário. E, com isso, a comunidade que recebe o título de cristã causa mais escândalo com o nome de Cristo, pois frente a isso os de fora (os não-cristãos), nunca desejariam se tornar um cristão, vendo que aqueles que se dizem cristãos são piores que muitos que não têm igreja. Lembremos do que disse Gandhi: “Amo o cristianismo, mas odeio os cristãos, pois não vivem segundo os ensinamentos de Cristo”.
A ganância e o amor ao dinheiro estão corrompendo a igreja de Cristo, pois até os sacramentos já estão sendo comercializados em algumas comunidades. Já não se pergunta mais a respeito da fé concreta do membro, mas sim se pergunta se ele está em dia com suas contribuições. O que era graça agora está se tornando negócio. Precisamos lembrar as palavras de Lutero que diz que a igreja está em constante reforma, e fazer novamente uma varredura em toda heresia que já se instalou em nossas igrejas. Pois, quando a igreja já não faz diferença no mundo, ela já não é mais igreja.
Permanece a pergunta: que tipo de comunidade tenho sido, ou que tipo de ministro ou ministra eu tenho sido?

Os ministros e ministras apadrinhados
A amizade é uma das coisas mais lindas entre os seres humanos, mas como diz um ditado popular: “amigos, amigos, negócios a parte”.
Estamos falando de ministério, estamos lidando com as coisas de Deus, não podemos delegar cargo a um ministro ou ministra quando este não apresenta as exigências bíblicas para o mesmo, como nos aponta Tt 1.5-16 e tantas outras passagens bíblicas. Delegar ou não delegar cargo não é julgar ou excluir tal pessoa da comunidade, mas preservar o bom testemunho de Cristo diante do mundo. Novamente, a igreja tem falhado neste aspecto. Por amizade ou por pena, pessoas sem as exigências do evangelho estão ganhando o ministério. A ética e a moral já não contam para a incumbência de uma pessoa exercer o ministério. Ministros e ministras que causam escândalos numa comunidade, muitas vezes, são transferidos para outras comunidades justamente por terem “amigos” que os ajudam. Não se trata mais o problema, simplesmente, o mesmo é transferido para outro lugar e, com isso, quem sofre novamente é o corpo de Cristo.
Lembremos o que disse Martin Luther King: “O comunismo existe hoje por que o cristianismo não está sendo suficientemente cristão”. Acredito que não precisamos mais de outras palavras para rever o nosso cristianismo e o mundo de hoje.

Os ministros chamados por Deus
Deus chama todas as pessoas, cada uma para uma finalidade e distribui um ou mais dons para cada um para a edificação do corpo de Cristo (1 Co 12); alguns vão se tornar liderança na igreja, outros na política, uma vez que toda autoridade é constituída por Deus (Rm 13.1-7). Cada ser humano é chamado para fazer alguma coisa e ninguém é mais importante por ter um cargo mais elevado – todos são iguais perante os olhos de Deus. Ninguém deve se considerar indigno por fazer algo que aos olhos humanos não parece ser nada. Mas como aqui estamos tratando de ministros e ministras chamados por Deus, vamos para o que a Bíblia requer de um ministro ou ministra.
Em 1 Tm 3.1-13; 4.6-16; 5.17-25; 6.3-10; Tt 1.5-16; 1 Pe 5.1-4 temos qualidades ou exigências para um fiel ministro ou ministra do evangelho. Deus chama pessoas não segundo a sua aparência ou status social. Vejamos quem era Paulo: um romano que prendia cristãos e os açoitava. Hoje, diríamos que Paulo era um marginal, uma pessoa que merecia a morte e não a graça de Deus. Este mesmo homem foi chamado por Deus e aceitou tal chamado e, então, foi exercer o seu ministério. Deus não envia ninguém que anda com a vida torta. Nunca podemos olhar para o passado da pessoa, o que importa é como está a vida dela a partir do momento em que recebe a Cristo como seu Senhor e Salvador, pois qualquer pessoa que não vive o que prega, não tem autoridade nenhuma para ensinar.
Olhamos para as escrituras e para os ministros e ministras que presidem hoje: estes têm as qualidades de um ministro ou de uma ministra segundo os preceitos bíblicos? Caso a resposta é não, devem, então, deixar o ministério, pois não são aptos para isto. Novamente digo, não estamos julgando ou excluindo estes da igreja de Cristo. Simplesmente, tais pessoas, para exercerem um ministério, precisam das qualidades que a Bíblia ensina. Nenhuma empresa contrata uma pessoa para o cargo de administração se a pessoa não sabe administração, ou até a pessoa pode ser um ótimo administrador, mas se a empresa tem conhecimento do verdadeiro caráter e ética da mesma, ela não contrata tal pessoa. Se uma empresa age assim, nós da igreja não deveríamos pensar muito mais em nossas responsabilidades, em se tratando das coisas de Deus e do testemunho de Cristo?
Pensemos ainda neste texto do Pastor Leonard Ravenhil: “A maior vergonha de nossos dias é que a santidade que ensinamos é anulada pela impiedade de nosso modo de viver. Para fazer frente a esta geração ávida pelo pecado, só uma igreja ávida pela oração. Por que tarda o avivamento? A resposta é muito simples. Tarda porque muitos pregadores e evangelistas estão mais preocupados com dinheiro, fama e aceitação pessoal do que em levar os perdidos ao arrependimento. Quando há algo na Bíblia que as igrejas não gostam, elas o chamam de legalismo. Se Jesus tivesse pregado a mesma mensagem que os ministros de hoje pregam, Ele nunca teria sido crucificado. A Igreja costumava ser um barco resgatando os que perecem. Agora, ela é um cruzeiro recrutando pessoas promissoras. Será que um marinheiro ficaria parado se ouvisse o clamor de um naufrago? Será que um médico permaneceria sentado comodamente, deixando seus pacientes morrerem? Será que um bombeiro, ao saber que alguém está perecendo no fogo, ficaria parado e não prestaria socorro? E você, conseguiria ficar à vontade em Sião vendo o mundo ao seu redor ser condenado? A estatura espiritual de um cristão é determinada pelas suas orações, quem não ora está se desviando. O púlpito pode ser uma vitrine onde o pregador exibe seus talentos, mas no aposento da oração não temos como dar um jeito de aparecer”.

Irio Edemar Genz