“Prezados pais! Cabe a vocês
conduzir seus filhos a fé em Jesus Cristo e ensiná-los a orar. Se vocês estão
dispostos a assumir esse compromisso, respondam: Sim, com o auxílio de Deus”.
Quantos pais e padrinhos realmente
conduziram seus filhos à fé em Jesus Cristo e lhes ensinaram a orar?
A Bíblia diz: “Educa a criança no caminho que
deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6).
Lutero diz: “O maior erro que se pode cometer
na cristandade é não zelar corretamente pelas crianças”.
Diante do que Lutero coloca, diante do que a
Palavra de Deus diz e diante de nossa realidade com as crianças, me pergunto se,
o compromisso que é feito no altar da igreja, diante de Deus, não se transformou
em uma tradição religiosa morta, em uma peça teatral linda. Digo isso, pelo
fato de ser um momento que marca pais, padrinhos e a própria igreja.
Exatamente, “é um momento” que marca muitos pais e padrinhos, pois infelizmente
muitos acabam saindo dali e se esquecem do compromisso que foi assumido.
Assim como muitos pais estão deixando a
educação de seus filhos para os professores, da mesma forma, estão deixando a
educação na fé em Jesus Cristo para aquelas pessoas que se colocam à disposição
para ensiná-la na igreja.
A educação dos filhos é tarefa dos próprios
pais, não é tarefa dos professores. Assim também, a educação na fé é tarefa
assumida pelos próprios pais no dia do batismo de seus filhos e não de alguns
membros da igreja ou do próprio ministro ou ministra.
Não caia nesse erro. Não deixe a educação de
seus filhos para os outros, pois dependendo de quem vai educá-los a conta que
virá depois poderá ser grande demais. A tarefa de educar a criança é tarefa de
quem a coloca no mundo. Se não temos tempo para nossos filhos, para nos
preocuparmos com a sua educação, creio que seria melhor nem tê-los colocado
neste mundo.
Termino lembrando do texto de Provérbios 17.1:
“É melhor um bocado seco, e com ele a tranquilidade, do que a casa cheia de
iguarias e com desavença”.
Muitos pais buscam, através do seu próprio
trabalho, dar muitas coisas materiais, tentando até mesmo compensar a sua ausência
em muitos e importantes momentos da vida de seus filhos. Mas, fato é que eles
trocariam todo esse “material” simplesmente pelo seu carinho, pelo seu tempo dedicado
a eles.
Em nossas igrejas temos cada vez menos jovens.
Creio que isso é consequência de um compromisso irresponsável feito no dia do
batismo. Atualmente, algumas pessoas somente podem lamentar esse erro e pedir
perdão a Deus por não ter levado esse compromisso a sério. Outras, talvez ainda
tenham a oportunidade de corrigir seu erro e podem, a partir de hoje, levar a
sério o compromisso que um dia assumiram no batismo de seus filhos. Penso que seria
melhor não realizar um batismo quando não se quer levar o compromisso realmente
a sério.
As crianças aprendem com o exemplo dos pais,
não com suas ordens (vai pra igreja, vai pro ensino confirmatório, vai na
juventude, vai no culto, etc.). Se a criança não vê os pais orando ou
ensinando-a orar, se ela não vê os pais lendo a Bíblia, participando das
atividades da igreja e vivendo a Palavra de Deus dentro e fora de casa, ela
dificilmente vai querer saber da igreja e, inclusive, do próprio Deus.
Muitas pessoas vão achar essa reflexão pesada
demais. Para seu consolo, deixo a Palavra de Deus que se encontra em Hebreus
12.6: “Porque o Senhor corrige o que ama. E açoita a qualquer que recebe por
filho”.
Irio Edemar Genz