sexta-feira, 25 de março de 2016

Da negação à confissão - e confissão que custou a morte.



Lucas 22.54-62
É impressionante como nós somos iguaizinhos a Pedro. Pedro já tinha andado com Jesus pelo menos três anos, tinha visto Jesus curar enfermos, ressuscitar mortos, fazer milagres de todo tipo, viu a transfiguração de Jesus, viu as redes quase romperem de tantos peixes, teve a coragem de puxar sua espada e defender Jesus cortando a orelha de um dos soldados, mas quando chegou à hora mais esperada, Pedro nega a Jesus. Isso realmente mostra a sua humanidade.
Quantos anos nós já conhecemos a Jesus, ou quantos anos nós já fazemos parte de uma igreja, quantos milagres nós já vimos Jesus realizar, quantos de nós temos a coragem de puxar uma espada e defender Jesus. Mas assim como Pedro, na hora do realmente vamos ver negamos a Jesus, dizemos que não o conhecemos, dizemos que não sabemos quem ele é, dizemos que não somos cristãos, apenas que somos membros da igreja, mas não praticantes da fé em Cristo. Realmente essa é a nossa humanidade corrompida pelo pecado. Mas graças a Deus essa história não acaba aqui.
Jesus morre, ressuscita e volta a chamar todos aqueles discípulos que tinham o abandonado no momento em que ele mais precisava. Jesus sabia que o pecado havia corrompido o ser humano e que o ser humano com essa natureza pecaminosa não era capaz de transmitir a mensagem do amor de Deus, não era capaz de ser uma testemunha fiel.
Em Atos 1.4 Jesus antes de ser elevado ao céu diz para esse povo que o abandonou: Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. Atos 1.8 Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra". Em Atos 2 nós temos o relato do comprimento dessa profecia, depois disso os discípulos (Apóstolos) e todas as outras pessoas nunca mas foram as mesmas. Não vemos mais Pedro negando a Jesus, não vemos mais os discípulos fugindo e se escondendo com medo de falar que eram seguidores de Jesus.
Atos 2 é a linha que divide o antes e o depois, se não observarmos isso podemos correr o risco de ensinarmos grandes heresias. Temos um Pedro que negou a fé antes do pentecostes e um Pedro depois do pentecostes que jamais negou sua fé. Temos o relato de discípulos medrosos e de discípulos que negaram a Jesus antes do pentecostes, temos o relato de discípulos que deixaram Jesus sozinho no momento em que ele mais contava com sua ajuda (apesar de não precisar), antes do pentecostes.
O relato (vida) dessas mesmas pessoas depois do pentecostes é totalmente diferente. Essas mesmas pessoas agora são capazes de morrerem pela causa de Cristo, essas mesmas pessoas agora agem totalmente diferente, não negam mais o seu mestre. Isso porque agora elas foram revestidas de poder, foram cheias do Espírito Santo.
O próprio Pedro, aquele que negou o seu mestre agora revestido de poder do Espírito Santo é o primeiro a pregar para uma multidão sem medo e sem vergonha. Ele mesmo diz o que é necessário quando o povo agora também reconhece a sua fragilidade, quando o povo reconhece que necessita de salvação. Ele diz: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar". Atos 2:38,39.
Essa natureza que herdamos com a entrada do pecado no mundo é uma natureza caída, uma natureza incapaz de fazer o bem, uma natureza incapaz de seguir e fazer alguma coisa pelo seu mestre. Mas assim como Deus transformou aqueles discípulos, ao derramar o Espírito Santo sobre eles, ele quer derramar o seu Espírito Santo sobre nós, pois como Pedro disse, “essa promessa é para vocês, para vossos filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar”.
Atos é um livro onde relata a ação do Espírito Santo, relata o que Cristo fez na vida de Pedro, de outros discípulos e do próprio Paulo.
Quem eram as pessoas antes do pentecostes e no que elas se tornaram depois do pentecostes. Quem somos nós antes de recebermos o Espírito Santo e quem somos nós depois de recebermos o Espírito Santo.  Esse conhecimento é essencial para nós pregarmos o Evangelho.
Nós somos o que somos por causa de nossa velha natureza, ou somos o que somos por causa da nossa nova natureza dada pelo Espírito Santo. 2 Coríntios 5:17 diz: Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! Somos uma nova criação assim como Pedro e os outros discípulos depois do pentecostes e que buscam dia a dia ser cheios do Espírito Santo ou ainda somos a velha criação?
Somente estando em Cristo é que podemos ser uma nova criação e sermos testemunhas de nosso Senhor Jesus Cristo, então podemos também dizer o mesmo que Paulo fala aos Gálatas: Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Gálatas 2:20.
Portanto caros amigos e irmãos em Cristo, uma coisa é andar ao lado de Jesus e querer fazer algo por ele, outra coisa é deixar ele nos revestir de poder, viver em nós, fazer algo em nós e através de nós. Que possamos parar de andar ao lado de Jesus e de tentar fazer algo por ele, precisamos deixar ele fazer algo em nós e através de nós. E isso ele faz nos dando o seu Espírito Santo.
                                                                                                          Irio Edemar Genz

segunda-feira, 21 de março de 2016

Estou cansado!



Gostaria de compartilhar algumas coisas que o texto de Lucas 5.1-11 nos ensina, especialmente, nos versículos 4-7.
O texto nos diz que Jesus viu dois barcos perto da praia e que os pescadores estavam lavando suas redes, pois recém tinham chegado da pescaria, onde não tinham pegado nada durante toda a noite. Isso quer dizer que eles estavam com sono e cansados. Jesus entra num dos barcos, no de Simão, e pede que ele afaste um pouco o barco da praia, então dali ele começa a ensinar a multidão que estava na praia. Depois ele pede para Simão levar o barco para um lugar onde é bem fundo e então diz para Simão e seus companheiros jogarem as redes para pescarem.
Imagine, Simão e seus companheiros passam a noite toda trabalhando, chegam em casa (beira praia) desacorçoados, abatidos e cansados porque não pegaram nada de peixe, ainda por cima, precisam lavar as redes para que elas não estraguem. Aí vem Jesus, entra no barco, e quer usar o mesmo como um púlpito para pregar ao povo que se encontra à margem da praia. Depois disso, ainda tem a coragem de pedir para eles irem adentro do mar. Simão e seus companheiros devem ter pensado: “que cara folgado, será que ele não sabe que nós estamos cansados e que queremos descansar?”.
Simão e seus companheiros eram pescadores profissionais, Jesus era “somente um carpinteiro” não entendia nada de pesca. A noite era considerada o melhor período para uma boa pescaria e Simão, talvez, tenha sugerido que, quando peritos, pescando na hora certa, nada apanharam, era inútil tentar mediante o pedido de um simples carpinteiro.
Imagine um leigo, uma pessoa que não é um profissional dizer para um profissional o que ele deve fazer. Isso não cheirou bem para os profissionais de pesca. Mas ao vermos Simão chamando Jesus de Mestre percebemos que ele reconhece Jesus como uma autoridade e, por reconhecer Jesus como uma autoridade, ele diz: “Já que o Senhor está mandando jogar as redes, vou obedecer”. Embora a experiência de Pedro como pescador dava-lhe a certeza de que nada poderiam apanhar, suas palavras demonstram fé em Jesus. Ele estava pronto a crer na palavra do Mestre, mesmo em assuntos nos quais Jesus não seria naturalmente considerado um técnico.
Então veio o resultado: nenhuma de suas pescas tinha sido tão grande como essa exercida pela fé. Todas as outras pescas que dependeram de seus próprios esforços não tinham a grandeza dessa realizada pela fé em Jesus Cristo.
Sendo agraciados com tamanho milagre eles chamam seus companheiros que estavam no outro barco e dividirem a pesca. Lembremo-nos disso também. Não somos reservatórios de bênçãos, mas sim canais para compartilhar com outros aquilo que Deus nos deu por sua graça.

Até esse momento Simão não sabia muita coisa de Jesus, de quem realmente era Jesus.
Talvez você também já tenha ouvido falar de Jesus, talvez você já passou noites em claro e encontra-se totalmente cansado/a, desacorçoado/a da vida e do trabalho, mas ainda assim reconhece Jesus Cristo como (Mestre), como uma autoridade, assim como Simão Pedro reconheceu. Jesus Cristo tem uma Palavra para você: Em Mateus 6. 33 ele diz: Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.
            Faça como Simão Pedro e diga: Mestre, até aqui tudo deu errado na minha vida, tanto esforço e dedicação sem nenhum resultado, mas a partir de agora farei conforme a tua Palavra, buscarei em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça.
            O milagre somente aconteceu porque Simão obedeceu às palavras do Mestre, o milagre está prestes a acontecer se você também obedecer ao Mestre, portanto querido/a leitor/a busque em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça e com certeza todas as outras coisas lhes serão acrescentadas. Leia a Bíblia para conhecer mais da vontade de Deus, participe de uma igreja para que você possa ser cuidado/a e acompanhado/a por um pastor/a. Eu sei que existem muitos “pastores” que somente querem tirar a gordura da ovelha, mas ainda existem muitos que realmente querem te cuidar. Peça direção a Deus para isso também e com certeza ele irá lhe conduzir para um lugar onde você encontrará abrigo e cuidado.


                                                                                                                  Irio Edemar Genz

terça-feira, 1 de março de 2016

Hipersensibilidade cristã


Surge mais um tipo de hipersensibilidade:
Estamos vivendo em um tempo onde tudo o que se diz causa uma reação negativa, até mesmo aquilo que é dito com a intenção de ajudar. Mas claro, como todos nós (ou quase todos) nos achamos hiper certinhos, qualquer palavra dirigida a nós pode ser encarada como uma ofensa. E é aí que acabamos destruindo a nossa própria vida, nossa própria família, simplesmente porque o nosso egoísmo não aceita correção.
Todos nós somos sensíveis ou hipersensíveis – creio que isso está em nosso DNA. A questão é como nós lidamos com isso. Se você pesquisar na internet vai ver que existem vários tipos de hipersensibilidades, mas quero apresentar outro tipo de hipersensibilidade. A hipersensibilidade com a Palavra de Deus.
Tipo V: Hipersensibilidade mediada por palavras que causam efeito imediato.
Hipersensibilidade maléfica: aquela causada por palavras que saem da boca com a intenção de ferir, machucar e até matar os sentimentos sonhos e desejos (Efésios 4.29: Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem).
Hipersensibilidade benéfica: aquela causada por palavras que saem da boca com a intenção de corrigir e repreender a quem se ama (Hebreus 12.5-8: Será que vocês já esqueceram as palavras de encorajamento que Deus lhes disse, como se vocês fossem filhos dele? Pois ele disse: “Preste atenção, meu filho, quando o Senhor o castiga, e não se desanime quando ele o repreende. Pois o Senhor corrige quem ele ama e castiga quem ele aceita como filho.” Suportem o sofrimento com paciência como se fosse um castigo dado por um pai, pois o sofrimento de vocês mostra que Deus os está tratando como seus filhos. Será que existe algum filho que nunca foi corrigido pelo pai? Se vocês não são corrigidos como acontece com todos os filhos de Deus, então não são filhos de verdade, mas filhos ilegítimos).

Não quero me ater à hipersensibilidade maléfica, pois em relação a mesma já está claro que ela somente causa mal, pois não é usada para o bem.
Agora a hipersensibilidade benéfica, essa sim é digna de reflexão. Como vimos em Hebreus 12.5-8, Deus corrige (repreensão) e castiga (disciplina) a todos que ele ama. Toda repreensão causa um desânimo imediato – Hb 12.11: “Quando somos corrigidos, isso no momento nos parece motivo de tristeza e não de alegria. Porém, mais tarde, os que foram corrigidos recebem como recompensa uma vida correta e de paz”. Portanto, a grande pergunta é: queremos receber como recompensa uma vida correta e de paz? Se assim o desejamos, vale lembrar de que é impossível essa recompensa se não aceitarmos ser corrigidos e disciplinados por Deus.
Creio que você dirá: eu aceito qualquer correção e disciplina de Deus, mas não aceito quando ela vem de um pastor/a ou um irmão/ã na fé. Até posso concordar com você quando você disser que tal pastor/a, irmão/ã na fé não tem autoridade para lhe corrigir, uma vez que ele/a não vive o que prega. A pergunta que temos que fazer aqui é se essa correção tem a devida fundamentação na Palavra de Deus. Se tiver, não devemos ignorá-la, mesmo que o próprio diabo fosse quem dissesse isso para nós.
Devemos lembrar que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (2Tm 3.16,17). Isso, independentemente de qual boca ela sair. Acredito que, quem somente quer aceitar a correção do próprio Deus, esse deve somente ler as Escrituras em casa e nunca deve participar de uma igreja onde a Palavra de Deus é pregada, pois nesse caso pode ser ofendido/a pelas palavras de Deus que saem da boca de um ministro/a seu/a.
Vivemos um tempo em que as pessoas já estão querendo processar os verdadeiros pregadores da Palavra de Deus, pois as correções e exortações de Deus estão causando “ofensas” ao ser humano, e essas “ofensas”, atualmente, são passíveis de processos de calúnia e difamação. Já é chegado o tempo que Jesus expressou em Lucas 21.12: “Mas antes de tudo isso, prenderão e perseguirão vocês. Então os entregarão às sinagogas e prisões, e vocês serão levados à presença de reis e governadores, tudo por causa do meu nome”.
Termino com uma frase que dizem ser de Voltaire: “Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. Creio que essa frase expressa a maturidade de um verdadeiro cristão. Certamente, essa frase não irá fazer com o que foi expresso em Lc 21.12 não se cumpra, mas ela pode ajudar cristãos e cristãs a não serem mais como meninos mimados ou até mesmo agir como um ímpio.

                                                           Irio Edemar Genz