quinta-feira, 23 de junho de 2016

Os religiosos também precisam se converter.



Mateus 21:28-32: O que acham? Havia um homem que tinha dois filhos. Chegando ao primeiro, disse: ‘Filho, vá trabalhar hoje na vinha’. E este respondeu: ‘Não quero!’. Mas depois mudou de ideia e foi. "O pai chegou ao outro filho e disse a mesma coisa. Ele respondeu: ‘Sim, senhor!’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? O primeiro, responderam eles. Jesus lhes disse: Digo-lhes a verdade: Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Porque João veio para lhes mostrar o caminho da justiça, e vocês não creram nele, mas os publicanos e as prostitutas creram. E, mesmo depois de verem isso, vocês não se arrependeram nem creram nele.

Jesus, ao contar essa parábola aos sacerdotes e líderes religiosos de sua época, o faz quase que na forma de um desenho para que eles possam entender – já que é tão difícil de eles compreenderem a sua mensagem, diríamos que Jesus resolveu desenhar.  E Jesus ao “desenhar” faz com que eles mesmos deem a resposta que não queriam reconhecer.

Antes de Jesus contar essa parábola – bem como, as demais que seguem – podemos perceber que os líderes religiosos e os sacerdotes já tinham provas suficientes para acreditar que Jesus era o Messias. O problema é que eles queriam um Messias diferente, queriam um líder político, um líder terreno, talvez, um líder que nascesse em berço de ouro. Mas Jesus vem de um berço humilde, vem anunciar um reino que não é terreno – totalmente o oposto do que eles esperavam.
Os profetas deram testemunho do Messias. João Batista veio para confirmar que Jesus Cristo é o Messias, mas mesmo assim os sacerdotes e líderes religiosos não acreditam que Cristo é o Messias, o Salvador. Somente no capítulo 21 do evangelho de Mateus temos seis citações (profecias) que foram feitas pelos profetas e vemos as multidões reconhecendo elas se cumprindo em Cristo. Até as crianças reconhecem, mas os líderes religiosos não querem reconhecer. Os que mais conhecem a letra da Torá se mostram ser aqueles que mais têm dificuldade de reconhecer que Cristo é o Messias. Eles têm um monte de provas para reconhecer que o que Cristo faz é de Deus, é poder de Deus, mas vemos que simplesmente eles não querem aceitar isso.
Já na primeira pergunta que Jesus faz a eles no v. 25 – de onde era o batismo de João? Do céu ou dos homens? –, vemos que eles já sabiam a resposta, mas não queriam aceitar, reconhecer Cristo como o Messias. Por outro lado, eles também não queriam declarar que Cristo não era o Messias, pois temiam a reação do povo. Parece-me que os líderes daquela época não tinham muito a convicção de que estavam fazendo a vontade de Deus, então, preferiam ficar neutros. Assim, não corriam o risco de ser ridicularizados pelo povo que realmente acreditava que Cristo era o Messias. Vemos, portanto, os líderes se mantendo neutros: por um lado, para não reconhecer a verdade e, talvez por outro, para manter o seu status diante do povo. Uma situação que me parece não estar muito longe de nós hoje.
Contudo, como foi dito no início, Jesus precisa “desenhar” para que os líderes religiosos entendam. Por isso, ele conta uma parábola tão simples que qualquer criança seria capaz de entender. E parece que, realmente, os líderes só vão entender a parábola ao darem eles mesmos a resposta.  Mas, se olharmos mais à frente veremos que, mesmo assim, eles continuam imersos em sua arrogância e prepotência. Realmente, eles não querem aceitar que Cristo é o Messias, que o que Cristo faz, o faz pela mão poderosa de Deus.
E Jesus termina a parábola dizendo que os publicanos e as prostitutas entrarão no reino de Deus muito antes que eles, pois os publicanos e as prostitutas ao ouvirem a mensagem de João estavam se arrependendo de seus pecados e reconhecendo que Cristo era o Messias ao passo que eles, grandes líderes religiosos relutavam em aceitar e se arrepender de seus pecados, mesmo diante de tantos sinais apresentados frente aos seus olhos.
Assim como naquela época os líderes religiosos queriam interpretar a Torá a sua maneira, hoje muitos também querem interpretar as Escrituras dessa forma. Aqueles líderes criaram um Messias em sua cabeça, um Messias terreno, sobre o qual a Torá nunca se referiu e, com isso, criaram um problema para si mesmos. E hoje não é muito diferente. Existem líderes que já criaram um Jesus somente profeta, outros criaram um Jesus somente histórico, outros criaram um Jesus legalista, outros criaram um Jesus liberal, etc., e assim, acabam não entendendo nem aceitando mais o Jesus Salvador, o Jesus que está claramente descrito nas Sagradas Escrituras.
Da mesma forma, continuamos vendo prostitutas e vários outros pecadores tendo suas vidas transformadas ao passo que “religiosos” preferem ficar procurando um Jesus que se encaixe eu seu padrão de pensamento do que reconhecer que, esse Jesus descrito nas Sagradas Escrituras, é o verdadeiro Messias, o verdadeiro Salvador. Enquanto muitas pessoas simples e iletradas como Pedro são poderosamente usadas nas mãos de Deus, muitas pessoas versadas são completamente reprovadas por Jesus Cristo (Mt 23. 13-33). Mas, em meio a essas serpentes, raça de víboras, Jesus também envia sábios e escribas (Mt 23.34).
Qual dos dois filhos fez a vontade do Pai? Responderam eles: o primeiro, aquele que disse não, mas depois se arrependeu e foi. Portanto, de nada adianta alguém dizer que vai fazer, mas depois não o faz – e isso parece-me que tem sido a atitude de muitos religiosos.
Que possamos ser como o primeiro filho, como os publicanos e as prostitutas que realmente creem e se arrependem dos seus pecados e que não ficam procurando um argumento na lei (ou seja, na Torá, nas Escrituras Sagradas) para condenar o Salvador ou tentar encontrar um Salvador segundo a sua consciência procura. Que possamos aceitar este Jesus descrito nas Sagradas Escrituras, o qual se revela a nós através da Palavra de Deus pela ação do Espírito Santo até mesmo para pessoas que nem sabem ler.
                                                                          
                                                                                             Irio Edemar Genz