domingo, 6 de setembro de 2015

O que você quer?

Se alguém lhe fizesse essa pergunta, o que você responderia?
Creio que a maioria das respostas seria: saúde, paz, dinheiro, um carro, uma casa, etc... Não estou querendo dizer com isso que não podemos pedir ou desejar nada disso, mas quero fazer um alerta para a realidade em que estamos vivendo dentro das igrejas, pois caracterizo isso como o princípio de um afastamento das coisas concernentes ao reino de Deus. Se prestarmos atenção aos pedidos de orações que são levantados em nossas igrejas, aos pedidos coletivos da própria liderança (compra de instrumentos, dinheiro para construir um novo “prédio”, um novo carro, reforma, etc...), veremos que tudo gira em torno de coisas materiais. Novamente enfatizo isso não é errado, mas...?
Vejamos o que Eliseu pede a Elias quando este lhe pergunta: “pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (2 Rs 2.9).
Em Lucas 11.1-13 vemos Jesus ensinando a orar, incentivando a pedir, a buscar, a bater (insistir), mostrando que devemos pedir aquilo que estamos necessitando. Não é a toa que no verso 13 ele deixa bem claro o que Deus mais deseja nos dar: “pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem?”. Creio que Jesus enfatizou isso porque sabia que o ser humano somente pensa nas coisas materiais, ou seja, dificilmente pensa nas coisas espirituais.
Muitas vezes, lembramo-nos do Espírito Santo somente como uma pessoa da trindade e nada mais. Eliseu somente continuou o ministério de Elias com poder e sinais porque pediu uma porção dobrada do espírito e o recebeu. Os discípulos somente continuaram o ministério de Jesus porque receberam o Espírito Santo (At 2). Somente continuavam firmes porque pediam ousadia e, assim, o Senhor os enchia novamente com o Espírito Santo (At 4.29-31).
Paulo, falando aos Efésios, alerta-os a não se embriagarem com vinho, mas a deixarem se encher do Espírito Santo (Ef 5.18). Em Lucas 12.1-12 Jesus diz que não devemos temer aos homens, mas somente a Deus. Jesus diz para não ficarmos preocupados quando nos entregariam diante dos magistrados porque na hora exata o Espírito Santo nos ensinaria o que convém falar.
A busca para sermos cheios do Espírito Santo deve ser constante, deve ser prioridade em nossa vida, deve sempre estar na nossa lista de orações. E aqui não podemos esquecer as palavras do homem sábio que diz: “procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade. As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor. E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne. De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau” (Ec 12.10-14).
Também devemos atentar ao que o apóstolo Paulo fala em 1 Coríntios 1, destacando que “a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus”. Portanto, não somos enchidos com o Espírito Santo lendo livros e mais livros – os livros nos dão sabedoria, mas não nos enchem com o Espírito Santo.
Que assim possamos na nossa oração diária e comunitária também pedir para nos tornarmos cheios do Espírito Santo, assim como, agradecer não somente pelas bênçãos materiais ou físicas, mas também, pelas bênçãos espirituais que nos são concedidas (Ef. 1.3).


                                                 Irio Edemar Genz